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sábado, 18 de dezembro de 2021

DONA CORUJA SABICHONA (Cordel)

 

Numa noite quente enluarada
Reunida estava a bicharada
E como pra fazer não tinha nada
Iniciou-se uma acirrada discussão
Com gritos e firmeza na afirmação
Que era o nobre parente do leão
O morador da grande lua do céu.

A girafa esticando o seu pescoção
Disse não ser a sombra de um leão
Aquela que se via daqui do chão,
Parecia mais com a assombração
Do seu nobre antepassado Girafão.

Ora, não seja metida sua convencida,
Com sua ideia este rato não compactua
E veja se esta discussão não tumultua
Pois o bicho que vive lá na bela lua
Que tem a forma de um queijo de cuia
É o meu tataravô e toda sua família.

Grande coisa! Disse um chimpanzé
Se for por causa de forma eu garanto
E não será pra vocês grande espanto
Se a lua tem forma de grande banana
Quem é que nela mora? Quem? Quem?
É o macaco que o rabo sempre abana.

E a discussão prosseguiu acelerada
Até que uma turma de bichos enfezada
Antes de dar a querela por encerrada
Resolveu consultar a ave mais esclarecida,
A mais inteligente: a Coruja Sabichona.

E foi uma raposa vermelha espertalhona
Junto com uma arara azul falastrona,
Que se dirigiram para a grande árvore
Onde tudo vigiava placidamente
A mais sábia ave da floresta existente.

Senhora dona da sabedoria e da verdade,
Viemos consultá-la com toda seriedade
Sobre um assunto que gera contrariedade:
Quem é o ser que da lua é habitante?
Leão, rato, macaco ou uma girafa gigante?

Rindo respondeu a dona do conhecimento:
Raposa, espanta-me o seu desconhecimento
Na lua não mora bicho e muito menos gente
A condição de vida lá é inexistente:
Não há água nem ar, fique você ciente.

A sombra que daqui se vê é de montanhas
Não de bichos contadores de façanhas,
E se fosse permitido na lua vivermos
Não seria o rato nem a raposa charlatona,
Seria dona Coruja Sabichona. Ah, ah, ah.

12/06/13 

(Maria Hilda de J. Alão)

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