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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023




  O GATO QUE QUERIA SER TIGRE






Esta história está no livro escrito por Maria Hilda de J. Alão OS BICHOS CONTANDO SUAS HISTÓRIAS à pagina 76.

publicado em 2018 pela Editora Clube de Autores.






domingo, 3 de dezembro de 2023

CAIPIRESCA (brincadeira infantil)

 



Bifi di boi é tão bão
Principarmenti si for nu pão.
Diga lá cumpadi João:
Tem coisa mió de bão?

Tem não cumpadi Zé,
I si ocê cumê cum café
Passadu na meia du pé,
Nem vai sinti u chulé

Di tão bão qui é cumê,
Um pedaçu di bifi rolê,
Cum tar di môio rosê,
Qui faiz a dona Vevê.


(Maria Hilda de J. Alão)

 

BRINCANDO COM VERBOS (brincadeiras)

 



A borboleta borboletearia
Um cavalo trotaria
Uma vaca ruminaria
Um grilo cricrilaria
Um pintinho piaria
A menina cantarolaria
E um burro zurraria
No futuro do pretérito.

31/03/23

(Maria Hilda de J. Alão)


segunda-feira, 6 de novembro de 2023

O FANTOCHE BINOCHE (historinha)

 




















O fantoche Binoche é do dedo polegar da mão do palhaço Ademar. Também é vizinho da linda Bibi, fantochinha que passa a vida a sorrir, espetada no dedo indicador do palhaço falador.

Binoche tem um grande desejo: conhecer, nos outros dedos, seus companheiros de fazer graça. Quer saltar acima do dedo indicador, dizer “olá” ao Claudionor, o fantoche verde com voz de papagaio, bem amarradinho no dedo médio da mão direita do Ademar. Quer parar no dedo anelar e conversar com Papi, o fantochinho criança, que imita o piar de passarinho no ninho.

Mas o sonho de Binoche ninguém sabe. Só ele. Quer chegar ao dedo mindinho pra fazer parte do mundinho de Zuzu, a fantochinha com saia de tule. Calcule só a alegria, a festa de todos os dedos. Depois é só cantar, contar histórias e pedir ao palhaço que junte os dedos para unir os cinco amigos num abraço fraternal.

(Maria Hilda de J. Alão)


O BALÉ DAS JOANINHAS (poesia infantil)

 



  



Era dia de quarta-feira
De joaninhas uma fileira
Marchava de forma garbosa
Nas pétalas de branca rosa.

Fizeram da flor a sua praça,
Batiam as asinhas com graça
Como se quisessem ser admiradas.
As borboletas, nos galhos pousadas,

Comentavam sobre a beleza da rosa
E de como ela era generosa
Cedendo suas pétalas às joaninhas
Vermelhas com bolas pretinhas.

Mais pétalas na rosa se abriram,
E mais joaninhas rubras surgiram
Pousando na flor escolhida
Para o balé de beleza e de vida.

Outras rosas da mesma roseira
Sentindo inveja da companheira
Diziam: ela não é melhor do que nós
Por que estamos sempre sós?

Ouvindo tudo a roseira frondosa
Sacudiu-se muito raivosa
Fazendo voar sem destino,
Levadas pelo vento matutino,

Borboletas e todas as Joaninhas
Batendo rapidamente as asinhas
Deixando a rosa tão linda
Desolada por ver finda

A festa das alegres joaninhas
Por inveja das outras rosinhas.
Neste ponto o livro a menina fechou,
E uma lágrima pela sua face rolou.


Maria Hilda de J. Alão

JULIETE E SEU PATINETE (poesia infantil)

 


Com a mão, a menina Juliete
Levantou, do cabelo, o topete,
Vai andar de patinete
Com sua irmã Odete.

Corre maravilhosa
Com a saia cor-de-rosa
Perseguindo a amiga Lili,
Coisa mais linda eu não vi.

No mundo da fantasia
Juliete vive cada dia
Cantando uma canção de rei
Onde aprendeu não sei:

“O sapato do rei é de couro,
Tirado da pele do touro,
Pisa, pisa ó menina,
Nesta calçada de ouro.”

Para ela a vida é algodão doce,
Um caramelo, tal qual,
E se crescer não fosse
Não conheceria o mundo real.

Cansou das brincadeiras.
O sono veio buscar Juliete.
E lá ficou triste sobre cadeiras
O seu encantado patinete.

Papai e mamãe velam enternecidos
O sono tranquilo de Juliete,
Cercada pelos brinquedos queridos
Viaja no sonho com seu patinete.

(Maria Hilda de J. Alão)

sábado, 28 de outubro de 2023

A CIGARRA II (Cordelzinho)

 




A Formiga

Disse a formiga à cigarra:
Tanto canto, tanta farra
Sei que muito irás tiritar
Quando o inverno chegar.

A Cigarra

Não sei se entendi tua fala
Mas tenho aqui nesta mala
Instrumentos que alegria dão
Nestes dias quentes de verão.

A Formiga

É a mais pura verdade
No inverno sinto saudade
Do teu canto maravilhoso
E penso no tempo precioso
Perdido somente a cantar
E sem um minuto trabalhar

Para prover a tua casinha
De comida e uma roupinha
Que alimente e aqueça,
Teu o corpo frágil, não esqueça.
Cantar é muito bom, é lindo,
Com fome é a vida escapulindo.

A Cigarra

Será que perdestes o juízo?
Ou seria um enorme prejuízo
Se das tuas folhas um maço,
Tu jogasses em meu regaço?

A Formiga

Não me venhas com essa falação
Tens boa voz e um corpo são.
Podes cantar durante o dia
A noite terás trabalho de vigia
Da minha rica despensa de folhas,
Todas fruto de minha escolha.
Teu pagamento será um décimo
Com direito a um acréscimo
Se o trabalho for bem feito.

A Cigarra

A proposta é sem fundamento
Não dormir é um argumento
Para tal trabalho eu rejeitar
E de tal pessoa me afastar.
Como posso o mundo alegrar
Com minha voz, o meu cantar
Se preciso a noite trabalhar.

A Formiga

Então minha nobre e bela cigarra
Vá cantar e fazer sua algazarra
Bem longe, no fim do mundo
Pois eu considero um absurdo
Querer comer sem se esforçar.
Das minhas folhas nada terás
E quando o inverno chegar
E sentires a fome te apertar
Canta muito até ela passar.

27/10/2023

(Maria Hilda de J. Alão)

terça-feira, 17 de outubro de 2023

A CORUJA E A ÁGUIA (infantil)

 



No tempo antigo, quando os bichos falavam, existiu uma águia que passava o tempo todo brigando com uma coruja. A briga acontecia porque uma comia os filhotes da outra. E quando brigavam a floresta toda ficava sabendo. Só se ouvia o crocitar da águia e o pio da coruja desafiando uma a outra e, ao se enfrentarem, era só pena voando para todos os lados. E assim passaram boa parte de suas vidas. Um dia, já cansada, a águia foi até o ninho da coruja e fez a seguinte proposta:

- D. Coruja, eu estou cansada dessa vida de brigas entre nós. Que tal fazermos as pazes?

- Ora, acha que eu vou cair nessa? Eu digo sim e você comerá meus filhotes. – respondeu a coruja desconfiada.

Um corvo que estava pousado num galho ao lado do ninho da coruja, querendo dar uma de juiz de paz, disse para a coruja.

- Ora, vamos lá D. Coruja, tente ouvir mais atentamente a D. Águia. Talvez seja um acordo bom para as duas. Já pensou em acabar com essas brigas? Viver sossegada criando seus filhotes sem se preocupar com D. Águia, e D. Águia criando os filhotes dela sem se preocupar com a senhora?

As outras aves apoiaram o discurso do corvo e pediram que D. Coruja escutasse a proposta de D. Águia.

- Bem, D. Coruja, a minha proposta de paz é a seguinte: eu não como os seus filhotes e você não come os meus. E como prova da minha boa intenção, me diga como são seus filhos para que eu os possa identificar e assim evitar comê-los.

- Ah, D. Águia, meus filhotes são a coisa mais linda do mundo. Você os reconhecerá com certeza. – finalizou a coruja muito orgulhosa.

Depois dessa conversa a águia partiu para outras terras para caçar. Passou um bom tempo e ela voltou para aquele recanto da floresta que era seu verdadeiro lar para criar seus filhotes. Cansada de cuidar da prole, a águia resolveu descansar por algumas horas e, ao acordar o seu estômago e os dos seus filhos estavam roncando de fome. Saiu para caçar. Lembrou-se do acordo feito com a coruja.

- Preciso ficar muito atenta para não comer os filhotes de D. Coruja, caso contrário o acordo estará desfeito. Isso não será difícil porque sei que são os filhotes mais lindos do mundo.

E a águia continuou voando em busca de comida até que viu um ninho com meia dúzia de filhotes recém-nascidos horríveis.

- Esses aí não são filhos da coruja com certeza. São feios demais.

E num voo certeiro ela pegou os seis filhotes e os levou para o seu ninho oferecendo-os aos filhinhos famintos. Ela mesma comeu dois.

Antes do escurecer, chegou a coruja trazendo o esperado alimento. Ao ver o ninho vazio, piou de tristeza. Piou tão alto que atraiu a atenção do corvo, seu vizinho, que estava a quilômetros de distância:

- Meus filhos, meus filhos sumiram. – dizia pesarosa.

- Foi D. Águia... – disse o corvo reticente,

- A águia? – disse ela aos gritos, - Nós temos um acordo e ela foi capaz de quebrar. Como eu pude confiar numa águia? Ah, meu Deus!

E partiu decidida para o ninho da águia. Ao chegar foi logo gritando:

- Mentirosa, como pôde fingir que queria a paz e pelas minhas costas comeu os meus filhotes!

- Seus filhos, aquelas coisas horrorosas? Você disse que eram os mais lindos do mundo!

O corvo entendeu a história. Toda mãe vê seus filhos como os bebês mais lindos do mundo e dona coruja não é diferente. Certo, crianças?

MORAL: Quem ama o feio, bonito lhe parece.

(Histórias que contava para o meu neto)


 

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

EMPINANDO PAPAGAIO (poesia infantil)

 



Nicola tem sonhos, desejos
E não se importa com gracejos
Dos garotos do seu vilarejo
Dizendo: É o que almejo

Fazer e empinar um papagaio,
Para isso faço muito ensaio,
Que pelas nuvens penetre
Pois de empinar quero ser mestre.

Quero chegar perto do rei Sol
Da Terra o grande farol,
Quero ver o azul sem fim
E se possível a Lua de marfim.

E construiu o garoto Nicola
Com linha, papel e muita cola
O imaginário papagaio
E depois de muito ensaio

Estava ele no alto de um muro
Sonhando que no futuro
A cadeira de rodas deixaria
E que, lépido, o muro escalaria

De onde seu papagaio empinaria
E que para ele o rei Sol sorriria
Depois de guardar na sacola
O papel, a linha e o pote de cola.
Sonha Nicola!

07/09/23

(Maria Hilda de J. Alão)

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O CÃO, O LOBO E O MESTRE MACACO (história infantil)

 


Um dia um cão saiu para caçar porque tinha quatro filhotinhos para alimentar. Depois de muito tempo procurando pegou um gordo coelho. Vinha todo feliz com o bichinho na boca quando saiu do mato um enorme lobo. O lobo rosnou, pôs os dentes de fora e disse com sua voz cavernosa:

- Está muito apressado, primo?
- Bem – gaguejou o cão -, é que meus filhotes estão com fome e eu estou levando o almoço pra eles.
O lobo, rosnando, disse:

- Quem autorizou você a caçar no meu território? Como eu não autorizei esse coelho me pertence. Pode largar aí mesmo e sair correndo porque, do contrário, você vira comida agora mesmo. O cão ponderou, mas não teve acordo. O jeito foi deixar o coelho e sair com o rabo entre as pernas.
Enquanto tudo isso acontecia, um macaco esperto estava no alto da árvore, coçando a barriga e de olho no cão e no lobo. O pobre cão já estava se afastando, triste por ter perdido o almoço, quando o macaco, com uma voz estridente, disse:
- Se eu fosse você não iria embora de boca vazia. Esconda-se entre a folhagem e espere um pouco.
- Você não entende macaco, se eu ficar serei morto por esse lobo enorme e os meus filhotes ficarão sem pai.
- Você, cão, nem sabe onde está caçando, não é verdade?
- Bem, o lobo disse que é no território dele.
- E você acreditou. Ora! Você não conhece as histórias desse espertalhão? Veja que a alcateia não está com ele, ele está só, portanto é um lobo mentiroso e oportunista. Cá pra nós, amigo cão, esse seu primo quer mesmo é comer sem trabalhar.
Enquanto conversavam, macaco e cão, o lobo, que já havia pegado o coelho, foi se afastando com aquele ar de vencedor. Foi neste momento que saiu do mato um leão. O macaco disse ao cão:

- Agora você vai entender o que eu disse. Veja: aquele coelho foi morto no território do leão, e quem é que está com ele na boca? Quem? Quem? Você sabe que um animal não pode invadir o território do outro. O lobo será castigado por sua arrogância e covardia e você, embora culpado de invasão, irá recuperar a sua caça.

- Como, mestre macaco? Agora é que não tem jeito. Se eu não posso enfrentar o lobo que é meu primo, imagine um leão.

- Observe, observe...

Foi só o tempo de o cão virar a cabeça e ver o leão saltar sobre o lobo e o belo coelho voar pelos ares. Neste momento o cão aproveitou para pegar o coelho e partir para alimentar seus filhotes. Não sem antes agradecer ao macaco pelo conselho que lhe valeu a recuperação do almoço.

- Aprenda a esperar, meu amigo cão! A situação, às vezes, se reverte em favor do perdedor, principalmente se uma das partes é desonesta. Disse o macaco rindo.

01/09/23

(Maria Hilda de J. Alão)

 

A ESTRELA-DO-MAR (história infantil)

 


- Vovó, como nasceu a estrela-do-mar? – perguntou a menina Lúcia, uma garotinha de grandes olhos verdes e uma fantasia maior do que ela, apontando para uma estrela que jazia ressecada na areia da praia.

- Ah, filhinha! É uma história muito bonita.
- Conte para mim, vovó. – pediu a menina.
E a vovó Mariana começou:
- Num tempo muito antigo, quando ainda não existia gente no mundo, os astros do céu eram deuses. O deus Sol, a deusa Lua e tantos outros. Eles ficavam vagando pelo espaço sem ter muito que fazer. A deusa Lua, moça formosa, acompanhada pelo seu séquito de estrelas brilhantes, estava entediada. Nada de novo acontecia. Era sempre a mesma coisa. Uma das estrelas, a mais brilhante, vendo a tristeza da deusa disse:
“Por que não olha ao seu redor? Veja aquele planeta. Reparou que você gira em torno dele? Que o acompanha para um destino desconhecido? “Espere o despertar do deus Sol e verá como ele é majestoso, de um azul que não existe em nenhum lugar da galáxia.”

E o deus Sol acordou. Iluminou o espaço e a deusa Terra. Então a deusa Lua voltou seus olhos para admirar a beleza do planeta Terra. Que bola maravilhosa! Toda azul girando no espaço. Ela queria ver mais. Então foi se aproximando mais e mais até quase tocar o planeta. Viu o mar. O seu olhar de deusa ficou extasiado. Apaixonou-se pelo gigante azul com espuma branca que mais parecia renda de um véu de noiva. Como se unir a ele? Impossível, - disse a estrelinha brilhante -, o lugar dele é na Terra e o seu é aqui.
A tristeza tomou conta da deusa Lua. Começou a ficar minguante, outras vezes crescente como o sonho de se unir ao mar. Só a realização do seu sonho de amor a faria se renovar e se tornar cheia de vida e de felicidade. E lhe veio a ideia. Cresceu, cresceu tanto que tocou o corpo do seu querido Mar. Foi um momento de magia pura.

Toda a natureza se aquietou e ela sentiu o perfume do amado, recebeu a carícia das ondas e brilhou como nunca enquanto durou o longo beijo. Realizado o sonho, a deusa Lua foi se afastando do Mar e voltou ao seu lugar no espaço. Foi então que a estrelinha brilhante perguntou: “Por que não ficou com o seu amor?” “Minha missão é a de iluminar a escuridão. Eu sou a lanterna do céu. Mas deixei com meu amado a prova da minha paixão. Uma sementinha que logo eclodirá como uma belíssima estrela-do-mar, filha do nosso amor impossível.
- E foi assim, minha querida neta, que nasceu esta estrela, filha da Lua e do Mar.

(histórias que contava para o meu neto)

01/09/23
(Maria Hilda de J. Alão)

A RAINHA FORMIGA (poesia infantil)

 



Correndo no chão cálido,
A formiga rainha veloz
Passa, num talo verde pálido,
Levada por operárias que a sua voz

Obedecem sem pestanejar.
Atrás, dividido em batalhões,
Vem o formigueiro a marchar
Como milhões de soldados anões.

Mudam para outro lugar,
Ali já não dá para viver,
O bicho papão veio a mata devastar,
Secou tudo, não há o que comer.

Ela quer um lugar sem som
De machado e das vozes gritantes
Dos papões que têm um nefasto dom:
Transformam tudo em pastos gigantes.

Vai a rainha apressando as comandadas,
Aprofundando-se na mata densa.
Não serão mais importunadas,
Bicho papão aqui não vem: ela pensa.

01/09/23
(Maria Hilda de J. Alão)

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O PAPAGAIO E A CACATUA (poesia infantil)

 


Havia uma grande disputa
Em uma floresta verdejante
Entre duas aves bem falantes:
O papagaio verde e a cacatua.

Com gritos e blá blá blá
Ouvia-se a cacatua a falar:
Sou melhor que o papagaio
Para palavras pronunciar,

Ao que o papagaio respondia:
Com esse nome que carregas
Nunca falarás melhor do que eu
Numa disputa o mérito será meu,

E se nesse espaço eu caca fizer
Essa caca será tua, pois assim diz
Teu nome minha bela ave aprendiz.
E a disputa, sem data para acabar,

Já perturbava a boa convivência
Naquela grande floresta verdejante
Até que uma branca calopsita
Gritou com um alto-falante:

Chega de gritaria e tanto falatório
A sagrada floresta não é auditório
Encontrei uma solução para disputa
E para vencer depende da conduta

Do papagaio verde e da cacatua
Que deverão pronunciar rápido
Cinco vezes e não pode errar:
“Troca troca trocadilho”

E ao final dessa grande disputa
Venceu o falante papagaio verde
Que gritava como narrador de futebol:
“Vai bela cacatua que a caca é tua”

03/08/23

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CONCERTO NA LAGOA (poesia infantil)

 


Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
Solfeja o sapo na lagoa,
Corre, corre gente boa
Hoje tem concerto aqui.

Tem rã coaxando em fá bemol,
Crocodilo bramindo em ré, dó, mi,
Cobra sibilando em lá, mi, sol,
Gazeia a garça em fá, lá, si.

Vem que já começa o tié
A cantar num fôlego só
Canção de amor em dó, mi, ré,
Responde sua amada em mi, ré, dó.

Na lagoa deslizando
Grasna o pato em ré, mi, fá,
Embaixo d’água nadando
Ronca o peixe em sol, dó, lá.

Vem chegando o gafanhoto
A ziziar em ré, fá, mi,
Num balançado maroto
Desafia a cigarra em lá, sol, si.

Canta sabiá lá no seu canto
Uma canção em sol maior,
Enquanto uirapuru ensaia o canto
Na escala lá menor.

Canto vai, canto vem,
Passam as horas lentamente
E o concerto finalmente
Termina ao som dos grilos

Cantando uma canção de ninar
Para os que vivem na lagoa
É verdade, meninada boa,
Todos vão dormir e sonhar.


(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 14 de julho de 2023

A FLOR E O VENTO (infantil)



A flor, nascida de um pequeno arbusto à beira do rio, caiu sobre a água transparente e tranquila. O vento, que soprava docemente, disse:

- Tu pareces uma linda bailarina vestida de branco pronta para dançar:
- Ah, meu querido vento, com quem eu dançaria?

- Se permites serei teu par. Aceitas?

A flor sorriu abrindo todas as pétalas e espargindo um doce perfume que o vento se encarregou de espalhar pela mata que cercava o rio. Gentil o suave vento conduziu a florzinha num bailado sobre as águas mansas do rio correndo para um encontro com o mar. Pelo caminho a flor convidava as outras flores:

- Amigas, venham, venham bailar ao sabor do vento.

As flores, das margens do rio, foram caindo uma a uma na água excitadas pelo convite da florzinha branca e, em pouco tempo, flores das mais variadas cores cobriam a água do rio bailando embaladas pela melodia do vento. A flor branca se destacava no meio das outras pela sua beleza e a graça de dançar. O vento só tinha olhos para ela; só cantava e soprava para a sua florzinha branca. E quando todos chegaram à curva do caudaloso rio ele percebeu que, de um momento para o outro, perderia a sua amada. 
A água do rio, agora apressada, não via a hora de chegar ao seu amado mar.

Enchendo-se de coragem o vento apaixonado soprou forte elevando a florzinha branca no ar. As outras flores deram adeus a amiga executando uma perfeita dança das flores sobre a água afoita. O vento foi levando a florzinha para o alto, mais alto, mais alto. Ela resplandecia, rodopiava no ar. Não tinha medo. Sabia que o amado não deixaria cair. O vento sorria para ela, mas um pensamento triste lhe passou pela cabeça: ele não poderia prendê-la no ar para sempre. Vendo a nuvem de tristeza no semblante do amado ela perguntou:
- Já não gostas mais de mim, querido vento? Não queres mais soprar para mim?
Ela não entendia. Ele não pertencia a um só lugar. Ele era de todos os lugares. Agora aqui, logo mais acolá. Não tinha morada fixa. Com o coração batendo forte ele respondeu:
- Tu serás a mais branca e brilhante estrela do firmamento e quando eu me sentir só olharei para o céu e estarás lá brilhando e dançando para mim. Farei de ti a estrela da alvorada.
Transformando-se em um violento furacão ele arremessou a florzinha branca para além da estratosfera onde moram as estrelas e os planetas.

Destacando-se das outras a florzinha branca, agora estrela, está lá no firmamento piscando e brilhando para o seu amado vento e para nós.

- Vovó, isso aconteceu de verdade? – perguntou o menino.

- Na nossa imaginação tudo acontece de verdade, menino! Tá vendo lá no céu a estrela Dalva? É a nossa florzinha branca.

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)

segunda-feira, 3 de julho de 2023

A RAPOSA VIDENTE (cordel infantil)

 




Boa tarde meninos e meninas,
Sejam bem-vindos a esta escola.
Sentem-se em ordem e silêncio,
Pois contarei em forma de verso
Uma história acontecida
Com uma raposa muito esperta.

Cansada de só caçar coelhos
Dona Raposina vivia vigiando
Um galinheiro de um fazendeiro
Zeloso de sua propriedade.
Raposina arquitetava planos
Mas das galinhas, só o cheiro.

Um dia a natureza resolveu
Colaborar com dona Raposina
E fez desabar um forte temporal
Que arruinou o sólido galinheiro
Da fazenda do senhor Agostinho.
Derrubada a casa, as galinhas

Espalharam-se pelo denso matagal.
Sabedora do fato, Raposina resolveu
Que era hora de tirar de sua boca
Aquele gosto ruim de carne de coelho.
E foi para o mato em busca das galinhas
Já planejando o farto jantar que faria.

Caminhou, farejou e nada das penosas.
Cansada voltou para sua toca dizendo:
- Vamos aos coelhos porque ninguém
Neste mundo merece dormir com fome.
Amanheceu o dia e a procura continuou
A noite chegou e nada de galinhas.

Ouvindo a conversa dos outros animais
Raposina soube que as galinhas estavam
À procura do caminho para voltarem
À fazenda Três X de onde elas saíram
Na noite escura do grande temporal.
A raposa, agitada, bolava mais um plano.

Pensou muito e olhando em volta da toca
Viu uma tábua quadrada e teve a ideia:
- Já sei! Farei uma placa com os dizeres:
“Perdeu seu caminho? Raposina, a vidente
O encontra para você.  Consulta grátis.”
E colocou a enorme tábua ao lado da toca.

Cansadas de caminhar sem rumo, as aves
Resolveram consultar dona Raposina.
E fizeram uma fila. Na frente ia Teodoro
O galo chefe cantando um, dois, três, quatro
Motivando pintinhos e galinhas mais velhas
A caminharem rápido. Era preciso chegar

Antes de a noite estender seu negro véu
E como sabem galinhas dormem cedo.
Enquanto isso na fazenda, Agostinho
Preparava seu mais forte e esperto cão
Para sair em busca de suas belas galinhas.
Subiram e desceram morros e nada viram

Até que o cão começou a farejar inquieto.
O fazendeiro soltou o animal com a ordem:
- Não me volte sem as minhas galinhas.
O cão Spartacus, em desabalada carreira,
Foi cumprir a ordem dada pelo patrão,
Mas no caminho encontrou a dona Paca:

- O amigo canino está neste mato perdido?
Não se preocupe Raposina, a vidente,
Achará seu caminho de volta. É só consultá-la.
Spartacus ficou intrigado com aquela história
E foi até a toca da raposa para averiguar.
- Ah, malandra! Então é assim que quer pegar

As galinhas do meu patrão, pois receberás
Tudo que mereces pelo engodo bolado.
Encontrando-se com as galinhas bem perto
Do consultório da raposa vidente
O cão expôs ao galo o seu plano.
E chegaram finalmente à toca de Raposina.

De lá de dentro vinha a voz fina e rouquenha:
- Entrem minhas belezas, minhas lindinhas.
Raposina, a vidente, sentada em uma pedra,
Tendo na cabeça um véu azul com estrelas,
Só via diante de seus olhos frangos e galinhas
Todos assados sobre a pedra em que sentava.

A saliva escorria pelo canto de sua bocarra
Quando o primeiro cliente entrou dizendo:
- Quero achar o caminho da fazenda.
Acordada do seu sonho de comer galinha
Ela deu de cara com o cão Spartacus.
Sabendo que na luta ela levaria a pior,

Raposina saiu em desabalada carreira
Deixando o véu e a placa de vidente.
Dizem os bichos que quando perguntam
Se ela ainda gosta de galinha assada
A resposta é que galinha não tem carne nobre
Como a dos coelhos que ela come todo dia.

(Maria Hilda de J. Alão)

 

domingo, 11 de junho de 2023

OS RELÓGIOS



Presos na branca parede
Protegidos por fina rede
Estavam relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Quando a noite caía
Ouvia-se o tique, taque que saía
Do coração de cada relógio
Como uma carta de necrológio

Contando a terceiros
Os sofrimentos verdadeiros
Dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Era só tique, taque e tirrim
Dia e noite sem ter fim.
Diziam os relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Mas, um dia veio de mansinho
O senhor de cabelo branquinho,
Dono dos relógios de valor
E daquela lojinha de penhor,

Com um grande pacote
Seria o relógio do sacerdote?
Pensou um dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Aberto foi o grande pacote:
Não é o relógio do sacerdote
Disse um dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Era um relógio diferente:
Tem um passarinho atente,
Que sai de uma janelinha.
Se faz tirrim certeza não tinha

O relógio que dizia aos outros:
Iguais a este deve ter poucos.
E baixou a noite de calor
Naquela lojinha de penhor.

O tique, taque aumentou de volume
Espalhando-se como era de costume
Pelo salão tornando-o assombroso.
Aos olhos de um relógio audacioso

Que perguntou ao recém-chegado:
Que fazes nesta lojinha exilado?
Esta não é bem a minha situação,
Sou de grande valor e estimação.

E por que não fazes tirrim como a gente?
O meu despertar pessoas é diferente.
E na lojinha, naquela memorável noite
Ouviu-se as badaladas da meia-noite

E o canto dizendo cuco, cuco em voz alta
E os relógios viram o passarinho peralta
Daquele relógio de estimação e de valor
Ali, na parede da lojinha de penhor

Cantando alegremente as doze badaladas
Cuco, cuco, cuco com voz articulada.
E assim foi quebrada a monotonia
Do tique, taque e tirrim de todo dia

Naquela lojinha de penhor
Fundada com muito amor
Pelo pai do menino Marinho
O senhor de cabelos branquinhos.

(Histórias que contava para o meu neto)
11/06/23. 

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 9 de junho de 2023

BRINCANDO COM PARLENDAS

 


Sargento sardento
Fugiu do regimento
Dizendo: eu não aguento
Este quartel barulhento.
II
Menina sapeca
Irmã da Rebeca
Tem uma boneca
E joga peteca.
III
A prata perguntou ao prato:
És tu um prato de prata?
O prato respondeu à prata:
Não sou de prata, sou um prato.
IV
Que bom, que bom,
Falava o menino João,
Que escondi meu bombom
Lá no fundo do porão.
V
Margaridinha, margaridão
Abra logo o seu botão
Com pétalas branquinhas
Margaridinha, margaridão.
VI
Tem na mata uma nascente
De água fresca e límpida
E quem dela beber
Inteligente há de ser.
VII
Sobe o grande balão
Grita alegre o capitão
Que levou um pitão
Do general bonitão.
VIII
Panela, panelinha
Sobre o fogão da cozinha
Esquentando a papinha
Para o bebê da Ritinha.
IX
Manoela come moela
Maria come mortadela
A menina de fita amarela
Come mortadela com moela.
X
A casinha da barata
Tem o chão todo de prata
Ela anda de alpercata
Para o chão não arranhar.

 09/06/23

Maria Hilda de J. Alão

 

domingo, 14 de maio de 2023

TRAVA-LÍNGUA 2023

 

Em um trigal estavam três tigres
O que faziam num trigal três tigres?
Quis saber um touro sem chifres:
Se não come trigo, o tigre?

O papagaio tagarelaria
E sem controladoria
Ele alto cantaria
Ou então trautearia.

Na mesa tu a massa amassas
Para fazer o pão de passas.
Se tu a massa não amassas
Não farás o pão de passas.

O pingo pinga na pia
Na pia o gato mia
Se o pingo na pia mia
O gato na pia pinga.

Eu mensuraria
Se ele mensurasse
O terreno imensurável 
Que não tem mensuração.

29/04/23

(Maria Hilda de J. Alão)

A FOCA TUMÉ E O DIA DAS MÃES

 



A foca Tumé estava fora de casa, pescando para se alimentar para que não faltasse leite para o seu filhote Caxuté. O filhote estava ansioso, queria comer e como ainda não podia entrar no mar sozinho, andava com os outros filhotes que também esperavam suas mães.
Uma tarde eles pararam na praia, bem onde as ondas descansam da caminhada, e Caxuté disse:

- Pessoal, nossas mães estão trabalhando para não faltar comida para nós. Vocês sabem que amanhã é o Dia das Mães para os filhotes humanos? Eles presenteiam suas mães, fazem festa. Nós não fazemos nada, nada para dizer as nossas mães o quanto nós as amamos e dependemos delas.

- Ô Caxuté, acorda pra vida. Que presente nós podemos dar? Nós somos focas, focas, ouviu...ô ô...

– falou alto um filhote descrente da capacidade das focas.

- Ora, eu vou te mostrar que nós, as focas, também podemos homenagear nossas mães, do nosso jeito, é claro, mas será um presente. Quem concordar comigo que se apresente.

Todos se juntaram e confabularam, segredando algo. Depois se separaram indo um na direção oposta do outro. Depois voltaram, outra vez cochicharam, para que a autora deste texto não ouvisse a conversa, e foram dormir porque já era noite. No dia seguinte, dia das mães, as focas voltaram extenuadas da pesca. Os filhotes não estavam na beira da praia como de costume. Para onde foram as crianças focas? Tumé, preocupadíssima, gritava pelo seu filhote e nada. As outras mães, também preocupadas, se juntaram à Tumé e partiram em busca dos filhotes.

Chegaram perto de um rochedo e, sobre as pedrinhas que forravam a areia estavam todos os filhotes arrumadinhos formando um círculo. No centro do círculo, Caxuté equilibrava, no focinho, uma concha de madrepérola fazendo malabarismos enquanto os outros filhotes, em pé, batiam palmas com suas nadadeiras, e rugiam imitando um canto no idioma das focas. As mães pararam emocionadas. Elas entenderam a cena, e qual é a mãe que não entende o filho? Depois de alguns minutos de espetáculo, Caxuté cansado, pois não comia há alguns dias, disse:

- Hoje é dia de festa para todos os filhotes. Nós agradecemos a vocês, mamães, o trabalho que têm conosco. Vão tão longe em busca de comida para não faltar o leite quentinho pra nós. Nada mais justo do que esta homenagem. Não temos presente para todas como os filhotes humanos, mas tudo que fizemos aqui foi de coração, foi com amor de filho pra mãe.

A foca Tumé, emocionada, correu para o seu filho. Foi tanto carinho que ela se esqueceu da comida. Então Caxuté, com a barriga roncando, gritou:

- Pessoal, é hora de comer... de mamar...

- É mesmo! Disseram todos.

E as focas mamães alimentaram seus filhotes e depois foram dormir, pois ninguém é de ferro.
Foi aí que a autora do texto entendeu a jogada dos filhotes. Eles se separaram para encontrar um lugar para a apresentação do espetáculo e Caxuté foi em busca de um objeto que seria a atração. Danadinhos! Quem diria! Criança é criança... eheheheheh.

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)

terça-feira, 25 de abril de 2023

PARLENDA Nº 19

 

 


 

Trança a trança,
Destrança a trança.
Se mal trançada a trança
Indestrançável será a trança.
II
Vou a camisa coser,
Carne no fogo a cozer,
Já não sei o que fazer,
Pus a camisa a cozer
E a carne fui coser.
III
Para um burro ferrar
Use boa ferradura
E perfeita encravadura,
Se errar a encravadura
Serás tu cavalgadura.
IV
No almoço toma canja
De frango vindo da granja,
Depois do suco de laranja
Um jeito a menina arranja
De limpar a boca melada
Na cortina cheia de franjas.
V
O Zé quebrou o pé,
O Dito levou um pito,
Toque Tom o apito
É hora de tomar café.
VI
Para a menina Carlota
Sapateiro faz as botas,
Costureiro faz o vestido
Com tecido encardido.

09/01/12

(Maria Hilda de J. Alão)

PARLENDA Nº 18

 


Uma vaca malhada
Pela chuva foi molhada,
Deixou de ser vaca malhada
Agora é vaca borrada.
II
É de paralelepípedo
A rua do Figueiredo
Onde há muito folguedo
Para quem não tem medo.
III
Chuchu chocho,
Mas que arrocho
Menino cocho
De paletó roxo.
IV
Seu Ramalho
Quebre o galho,
Leve o agasalho
Para o trabalho.
V
Água gelada
Engarrafada,
Aguaceira, aguaceirada
De água gelada
Engarrafada.
VI
Tem dinheiro na algibeira,
Bombom na bomboneira,
Bolo na assadeira,
Asno não diz asneira,
Cala a boca Zé Pereira.
VII
Martelo, marmelo,
O menino Marcelo
Toca violoncelo.
VII
A trava a porta entrava
E não desentrava,
E quem entrava
Procurava a trava
E a trava não encontrava.
IX
O pássaro devora
Cupim que vive na tora
Do velho pé de amora.
X
Pisa com a bota
O chão de lajota,
João é escrito com jota
Não conte lorota
Zero foi a sua nota.
XI
Escondida atrás da porta
Tem uma gostosa torta,
E quem dela comer
Ficará com a boca torta.
XII
Fui à casa do Marcelo
Comer doce de marmelo
Encontrei um menino magricelo
Comendo muito caramelo.
XIII
Deixe esta ideia fixa
De usar como lixa
A cinzenta lagartixa.
XIV
Sede, verde, rede,
Será que lagartixa
É jacaré de parede?
XV
Aranha, aranhal,
Inseto ou animal?
Não é um aranhal
É o cabelo do Genival.
XVI
Assobia sabiá,
Igual a ti não há
E quem disso duvidar
Saiba que sabia o sabiá.

27/12/11
(Maria Hilda de J. Alão)

 

sexta-feira, 21 de abril de 2023

 

BRINCANDO COM AS LETRINHAS F e P





01 - Farinha faz Farofa Fofa
02 – Faca afiada Ferida Faz
03 –Fração de Frango Frito
Come o Frei e a Freira
04 - Frade o Frevo dança
05 – Fogueira Fumaça
Nos olhos da Fada.




01 – Papa Papou Pato
No Prato de Prata
02 – Pedro Piá Pinta Pitu
Padre o Pito Pitou
03 – Purê de Pimenta Pura
04 – Se Pago o Pato
Quem Paga a Pata?
05 – Papaia Papais, Papou
Ou Papavas?

21/04/23

(Maria Hilda de J. Alão)




terça-feira, 11 de abril de 2023

VERSINHOS DE CRIANÇA

 











Eu tinha uma cachorrinha
Que se chamava Lindinha
Latia e pulava de alegria
Quando lhe dava melancia.

Lá vai o pobre javali
Chorando pela estrada
Dizia: um dia eu já vali
Hoje não valho nada.

Passarinho come minhoca
Rato se esconde na toca
Menina bonita de perna torta.

Lá no fim daquela rua
Mora uma velha maluca
Que nas noites de lua
Corre cantando toda nua.

Ao ensaiar a dança
Balança a pança
O rei da França.

Menino Azambuja
Pena de coruja
Comendo feijão
Na panela suja.

TRAVA-LÍNGUA

Não dê trigo ao tigre
Tigre não come trigo.

O apito do juiz trilaria
Sem juiz o apito não trilaria
O jogador estrilaria
E o caminho da saída trilharia.

INVERSÃO

Uma ave a trilar
Um caminho a trilhar
Um número a triplicar
Uma criança a traquinar.

Uma ave a trilhar
Um caminho a triplicar
Uma criança a trilar
Um número a traquinar.

27/03/23

(Maria Hilda de J. Alão)

A ROSA AMARELA (infantil)















Sereno da madrugada
Acorda a rosa amarela
Deixando nas folhinhas dela
Uma lágrima encantada.

Se eu pudesse subir
Ao céu numa piscadela
Levaria a rosa amarela
Pra dar a Nosso Senhor.

E se ele tivesse um tempo
E se pudesse descer
Veria a rosa amarela
Se abrir ao amanhecer.

Sorri criança, sorri,
Porque Deus te fez tão bela
Igual a rosa amarela
Nascida na natureza.

(Maria Hilda de J. Alão)


A FOCA



O olho da foca focaliza
Um peixe e um crustáceo,
De tanto focar o peixe,
E de o crustáceo focalizar

Ficou vesga a dona foca.
E nesta brincadeira de focar
Os olhos perderam a focagem,
Hoje ela usa um grosso bifocal.

Viu no que deu sua fobia
De ficar horas focando
Sem piscar um segundo,
Os dois que nem sabiam

Que estavam sendo focados
Por uma foca fofoqueira?
Para recuperar o seu foco
Digo a você, dona foca,

Faça exercício de focação
Virando os olhos pra lá e pra cá,
Não precisará mais de bifocal
Acertada será a sua focalização.


(Maria Hilda de J. Alão)

segunda-feira, 6 de março de 2023

PARLENDAS 39

 


TERÇOS

Um terço, dois terços
Não preciso de dois terços
Para rezar um terço.

PASSA, PASSA

Passa, passa passaredo
Na Rua do Azevedo
A laranja é muito doce
E o limão é muito azedo.

VEM O PRIMEIRO

Vem o primeiro,
Vem o segundo
Em seguida o terceiro
Acompanhado do quarto
De mãos dadas com o quinto
Que entrou no seu quarto.

PINTO OU NÂO?

Não sei se pinto ou não pinto
O filho da galinha que é pinto
Ou sigo o meu instinto:
Tomo copo de vinho tinto
E o filho da pata pinto
Pensando que é um pinto.

BI E TRI

Duas vezes é Bi
Três vezes é Tri
Na matemática arrebenta
O menino que disser
Quantas vezes é Penta.

BADALADA

A Rosa saiu despetalada
A Margarida virou salada
O Marmelo virou marmelada
Na festa tão badalada.

06/03/23
(Maria Hilda de J. Alão)

 

sábado, 4 de março de 2023

OS DOIS AMIGOS

 







Eles são dois bons amigos
E moram no país da gramática
Na cidade dos advérbios
São eles o AQUI e o ACOLÁ

Quando AQUI está acolá
ACOLÁ está aqui
E se AQUI não estiver acolá
ACOLÁ não estará aqui.

04/03/23

(Maria Hilda de J. Alão)



PARLENDA COM NÚMEROS

 



Um, dois, três
Tamanco holandês.
Quatro, cinco, seis
Pãozinho francês

Sete, oito, nove
Morto não se move
Dez, onze, doze
Anita faz pose

Treze, catorze, quinze
Peça ao papai que autorize
Dezesseis, dezessete, dezoito
Que você compre biscoito.

04/03/23

(Maria Hilda de J. Alão
)

O GATO PEPITO (cordelzinho)

 


 

 Pepito, o gato malhado,
Gosta de uma boa salsicha
E de um bom salpicão
Da loja do salsicheiro
 
André Salgado Espinheiro.
E vai Pepito toda manhã,
Miar à porta da salsicharia
Para ganhar a sua iguaria.
 
Um dia Pepito passou mal
Depois de dar uma abocanhada
Numa salsicha bem apanhada

Que lhe deu o salsicheiro.

Doeu a sua barriguinha
E ele procurou a sua vizinha
Para um chá ela fazer.
Prontamente a bela gatinha

Pegou algumas folhas que tinha,
E para o fogão se dirigiu
Quando o gato lhe perguntou
Que tipo de chá era aquele.

Vou lhe fazer um chá de boldo,
Amargo como ele só,
Para acabar com a sua gula.
Onde já se viu comer tanto

Seu gato destemperado!
Comida em demasia faz mal,
Não há gato que aguente,
Por isso tão mal você se sente.

E com grande destemor
Curou a gatinha a dor
Do seu amigo Pepito
Que quer esquecer o agito

Do dia em que ele, guloso,
Comeu a salsicha, ligeiro,
Que tinha um cheiro rançoso,
Da loja do salsicheiro.

(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)