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sábado, 27 de janeiro de 2024

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

 


Eu acho tão engraçado

A vovó contar carneirinhos

Na hora de dormir.

Na minha cabeça de criança

Brotou a grande pergunta:

E os carneirinhos? Na hora

De dormir eles contam gente?

 

 

27/01/24

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

MOLEKÃO E O SUMIÇO DA BONECA (história infantil)

 


- Vovó, que bolo você vai fazer? – perguntou Zequinha para dona Mariinha, sua avó por parte de mãe.

- Ah, hoje será um bolo de laranja, o meu preferido! – respondeu ela.

- Então você não gosta de bolo de chocolate, vovó? – insistiu o menino.

- Gosto sim, meu amor. Só que hoje eu me lembrei do bolo de laranja que minha mãe fazia e me deu uma saudade...

- A minha bisa era assim como você, vovó?

- Era bem melhor! – exclamou dona Mariinha segurando a lágrima que queria sair do seu olho.

- Eu vou te contar como era na minha infância, quando eu tinha a sua idade. Na minha casa éramos quatro filhos, três meninos e eu. Morávamos num sobrado grande. O que não faltava era terreno pra gente correr e brincar. Nossos amiguinhos sempre vinham brincar conosco. Minha mãe ficava mais sossegada. Ela olhava, sorria e dizia: - Daqui a pouco tem bolo de laranja. Quem vai querer? E todos, incluindo os amigos, respondiam: - Eu, Eu...

- Enquanto os meninos brincavam com bolinha de gude e jogavam futebol com bola de capão, eu e as outras meninas brincávamos com as bonecas e de fazer comidinha. Minha mãe separava um pouco do almoço numa vasilha para que nós aprontássemos a nossa comidinha. Eu juntava duas pedras, uma do lado da outra, e deixava um vão entre elas para colocar gravetos e acender um fogo imaginário, colocava a panelinha para fingir que cozinhava a comida já pronta. Depois era só chamar a molecada pra comer nos pratinhos de alumínio, com garfinhos do mesmo material, que eu ganhara de uma tia de Goiás.

- Enquanto tudo isso acontecia, ele estava ali ao meu lado esperando o seu quinhão.

- Quem era ele, vovó? – perguntou Zequinha curioso.

- Era o meu cão Molekão! – respondeu dona Mariinha.

- Mas que nome engraçado. Por que Molekão? – insistiu o menino.

- Ele era um cão buldogue francês, sisudo, mas uma doçura de animal. Amigo das crianças, ele participava de todas as brincadeiras. Foi meu avô quem colocou o nome Molekão por causa da pele enrugada e mole do focinho. Se não déssemos a nossa comidinha pra ele, podia esperar a choradeira. Ele gania até ganhar o que queria. Bem. Um dia, durante as férias escolares, nós fomos brincar no parque onde ficava a lagoa com a recomendação de minha mãe: - Não fiquem à beira da lagoa e nem entrem na água, pelo amor de Deus. E nós obedecemos direitinho. Ficamos na parte mais alta do parque onde havia muitas árvores.

Os meninos com seus brinquedos: pião, bola e pipa. Nós, as meninas, com bonecas, corda, os pratinhos e as panelinhas para fazer e servir comidinha. Comigo estavam o Molekão e a minha boneca de louça que eu ganhei da minha madrinha. Eu adorava aquela boneca. Depois de umas horas de brincadeiras o céu, que estava azul e fazendo muito calor, ficou cinza ameaçando desabar uma tempestade. Começamos a recolher nossas coisas para voltarmos quando veio a ventania com relâmpagos e trovões. A chuva caiu logo a seguir, fazendo-nos correr para casa. Foi muita água que caiu do céu. Tudo ficou inundado. Depois de passado o temporal e de os amigos terem ido embora, eu me dei conta que a minha boneca tinha ficado lá no parque da lagoa.

Meu pai foi buscá-la, mas voltou de mãos vazias. A boneca havia desaparecido. Que tristeza! Meu coração batia descompassado e as lágrimas rolaram dos meus olhos. Será que a chuva a levou para dentro da lagoa? Molekão ficava ali me rodeando como se entendesse a situação. Lambia as lágrimas que caiam em minhas mãos e eu lhe dizia:

- Eu quero a minha boneca. Você sabe onde ela está?

No dia seguinte Molekão, contrariando os seus costumes, sumiu. Ele nunca havia feito tal coisa. Chegou a hora do almoço e nada, logo ele que não dispensava comida. Minha mãe, preocupada, perguntava aos vizinhos se haviam visto o cão. A reposta era a mesma: - Não, senhora. Mas à tardinha, já com o sol se escondendo, chegou Molekão com a boneca na boca. Parecia que ele mergulhara num mar de lama para resgatá-la. Largou a boneca aos meus pés e se pôs a latir. E meu coração disparou de emoção. Mesmo coberto de lama, eu abracei Molekão em sinal de agradecimento. Depois de tudo limpo, eu, o cão e boneca, perguntei a minha mãe:

- Mamãe! Quem disse que os cães não entendem a língua da gente?

- Provavelmente, alguém que nunca teve um. – respondeu minha mãe sorrindo.

Depois daquele dia, eu que já amava, passei a amar e a respeitar, mais e mais, o nosso cachorro Molekão. Ele sabia, porque sempre que eu deixava no quintal algum dos meus brinquedos, ele vinha e o depositava aos meus pés como a dizer:

- Você esqueceu, não vá perdê-lo como fez com a boneca!

Como você pode ver, meu netinho querido, na vida de toda a criança existe sempre um cão, uma avó e um bolo que pode ser de laranja ou de chocolate.

- Vamos ver como está o bolo? – Perguntou d. Mariinha abrindo o forno e puxando a forma. O perfume invadia cada canto da casa e escapava por janelas e portas para desafiar o paladar da vizinhança.

- Está belíssimo, meu querido! Vamos aguardar que esfrie para colocar a cobertura.

- Vai demorar muito, vovó?

- Ah! Seu guloso. Demora o tempo que a andorinha sinhá Mariquinha leva para botar seu ovo.

- Que história é esta, vovó?

- Esta eu contarei em outra oportunidade.


(Maria Hilda de Jesus Alão)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023




  O GATO QUE QUERIA SER TIGRE






Esta história está no livro escrito por Maria Hilda de J. Alão OS BICHOS CONTANDO SUAS HISTÓRIAS à pagina 76.

publicado em 2018 pela Editora Clube de Autores.






domingo, 3 de dezembro de 2023

CAIPIRESCA (brincadeira infantil)

 



Bifi di boi é tão bão
Principarmenti si for nu pão.
Diga lá cumpadi João:
Tem coisa mió de bão?

Tem não cumpadi Zé,
I si ocê cumê cum café
Passadu na meia du pé,
Nem vai sinti u chulé

Di tão bão qui é cumê,
Um pedaçu di bifi rolê,
Cum tar di môio rosê,
Qui faiz a dona Vevê.


(Maria Hilda de J. Alão)

 

BRINCANDO COM VERBOS (brincadeiras)

 



A borboleta borboletearia
Um cavalo trotaria
Uma vaca ruminaria
Um grilo cricrilaria
Um pintinho piaria
A menina cantarolaria
E um burro zurraria
No futuro do pretérito.

31/03/23

(Maria Hilda de J. Alão)


segunda-feira, 6 de novembro de 2023

O FANTOCHE BINOCHE (historinha)

 




















O fantoche Binoche é do dedo polegar da mão do palhaço Ademar. Também é vizinho da linda Bibi, fantochinha que passa a vida a sorrir, espetada no dedo indicador do palhaço falador.

Binoche tem um grande desejo: conhecer, nos outros dedos, seus companheiros de fazer graça. Quer saltar acima do dedo indicador, dizer “olá” ao Claudionor, o fantoche verde com voz de papagaio, bem amarradinho no dedo médio da mão direita do Ademar. Quer parar no dedo anelar e conversar com Papi, o fantochinho criança, que imita o piar de passarinho no ninho.

Mas o sonho de Binoche ninguém sabe. Só ele. Quer chegar ao dedo mindinho pra fazer parte do mundinho de Zuzu, a fantochinha com saia de tule. Calcule só a alegria, a festa de todos os dedos. Depois é só cantar, contar histórias e pedir ao palhaço que junte os dedos para unir os cinco amigos num abraço fraternal.

(Maria Hilda de J. Alão)


O BALÉ DAS JOANINHAS (poesia infantil)

 



  



Era dia de quarta-feira
De joaninhas uma fileira
Marchava de forma garbosa
Nas pétalas de branca rosa.

Fizeram da flor a sua praça,
Batiam as asinhas com graça
Como se quisessem ser admiradas.
As borboletas, nos galhos pousadas,

Comentavam sobre a beleza da rosa
E de como ela era generosa
Cedendo suas pétalas às joaninhas
Vermelhas com bolas pretinhas.

Mais pétalas na rosa se abriram,
E mais joaninhas rubras surgiram
Pousando na flor escolhida
Para o balé de beleza e de vida.

Outras rosas da mesma roseira
Sentindo inveja da companheira
Diziam: ela não é melhor do que nós
Por que estamos sempre sós?

Ouvindo tudo a roseira frondosa
Sacudiu-se muito raivosa
Fazendo voar sem destino,
Levadas pelo vento matutino,

Borboletas e todas as Joaninhas
Batendo rapidamente as asinhas
Deixando a rosa tão linda
Desolada por ver finda

A festa das alegres joaninhas
Por inveja das outras rosinhas.
Neste ponto o livro a menina fechou,
E uma lágrima pela sua face rolou.


Maria Hilda de J. Alão

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

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Sorvete, Sorvetão (parlendas)