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domingo, 11 de junho de 2023

OS RELÓGIOS



Presos na branca parede
Protegidos por fina rede
Estavam relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Quando a noite caía
Ouvia-se o tique, taque que saía
Do coração de cada relógio
Como uma carta de necrológio

Contando a terceiros
Os sofrimentos verdadeiros
Dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Era só tique, taque e tirrim
Dia e noite sem ter fim.
Diziam os relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Mas, um dia veio de mansinho
O senhor de cabelo branquinho,
Dono dos relógios de valor
E daquela lojinha de penhor,

Com um grande pacote
Seria o relógio do sacerdote?
Pensou um dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Aberto foi o grande pacote:
Não é o relógio do sacerdote
Disse um dos relógios de valor
Daquela lojinha de penhor.

Era um relógio diferente:
Tem um passarinho atente,
Que sai de uma janelinha.
Se faz tirrim certeza não tinha

O relógio que dizia aos outros:
Iguais a este deve ter poucos.
E baixou a noite de calor
Naquela lojinha de penhor.

O tique, taque aumentou de volume
Espalhando-se como era de costume
Pelo salão tornando-o assombroso.
Aos olhos de um relógio audacioso

Que perguntou ao recém-chegado:
Que fazes nesta lojinha exilado?
Esta não é bem a minha situação,
Sou de grande valor e estimação.

E por que não fazes tirrim como a gente?
O meu despertar pessoas é diferente.
E na lojinha, naquela memorável noite
Ouviu-se as badaladas da meia-noite

E o canto dizendo cuco, cuco em voz alta
E os relógios viram o passarinho peralta
Daquele relógio de estimação e de valor
Ali, na parede da lojinha de penhor

Cantando alegremente as doze badaladas
Cuco, cuco, cuco com voz articulada.
E assim foi quebrada a monotonia
Do tique, taque e tirrim de todo dia

Naquela lojinha de penhor
Fundada com muito amor
Pelo pai do menino Marinho
O senhor de cabelos branquinhos.

(Histórias que contava para o meu neto)
11/06/23. 

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 9 de junho de 2023

BRINCANDO COM PARLENDAS

 


Sargento sardento
Fugiu do regimento
Dizendo: eu não aguento
Este quartel barulhento.
II
Menina sapeca
Irmã da Rebeca
Tem uma boneca
E joga peteca.
III
A prata perguntou ao prato:
És tu um prato de prata?
O prato respondeu à prata:
Não sou de prata, sou um prato.
IV
Que bom, que bom,
Falava o menino João,
Que escondi meu bombom
Lá no fundo do porão.
V
Margaridinha, margaridão
Abra logo o seu botão
Com pétalas branquinhas
Margaridinha, margaridão.
VI
Tem na mata uma nascente
De água fresca e límpida
E quem dela beber
Inteligente há de ser.
VII
Sobe o grande balão
Grita alegre o capitão
Que levou um pitão
Do general bonitão.
VIII
Panela, panelinha
Sobre o fogão da cozinha
Esquentando a papinha
Para o bebê da Ritinha.
IX
Manoela come moela
Maria come mortadela
A menina de fita amarela
Come mortadela com moela.
X
A casinha da barata
Tem o chão todo de prata
Ela anda de alpercata
Para o chão não arranhar.

 09/06/23

Maria Hilda de J. Alão

 

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