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terça-feira, 15 de novembro de 2022

A MAQUIAGEM DO SAPO LELÉ (cordel infantil)



Na beira da azulada lagoa
Toda tarde um sino soa:
Venham, venham que é hora,
E bicho nenhum ignora,

De muitos gritos e risadas
De tapas e muitas patadas
Só para ver o sapo Lelé
Tentando tirar do pé o chulé.

Ser um belo rei ele sonha
Da sua aparência tem vergonha
E não ouve o amigo sapo Felipe:
Sapo não vira rei nem príncipe!

Determinado a realizar o sonho
Chegou à lagoa todo risonho
O sapo que queria ser belo.
Pôs um chapéu amarelo

E esmagando um fruto vermelho,
Lembrou do amigo e do conselho,
E sem piscar iniciou a maquiagem
Pensando em grande homenagem.

Esfregou todo o corpo e a cara,
Os bichos gritavam: para, para!
Mas Lelé não estava nem aí
Dizendo: quero ser bonito, e daí?

Terminada a horrível maquiagem
A coruja que vivia entre a folhagem
Disse: Olhe-se no espelho da água
E de mim não guarde grande mágoa:

Está feio, pior do que era antes.
Beleza e títulos não são importantes
Importante é ser você mesmo, Lelé.
Emergindo da água, Chico o jacaré

Disse, lamentando a escolha do sapo:
Não vejo no amigo um único fiapo
Do amigo Lelé que eu conhecia
E esta figura vermelha deprecia

Os sapos verdes desta lagoa.
A fala de Chico não foi à toa
E para terminar a triste aventura
Lelé livrou-se da horrível pintura

Mergulhando na lagoa cristalina
Voltando com a amiga Durvalina
Na forma em que Deus o criou.
Perdão, amigos! Ele lamuriou.

Moral: Não queira ser aquilo que você não é ou passará vexame.

15/11/22
(Maria Hilda de J. Alão) 
(histórias que contava para o meu neto)

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