Powered By Blogger

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

MEQUETREFE, O BONECO (poesia infantil)

 


Mequetrefe, o boneco de pano,
Jogado na caixa de papelão
Onde se deixa todo ano
Brinquedos de segunda mão.

Carrinhos, bonecas e bolas
Moram na caixa até o Natal
Quando os levam como esmolas
Para a favela do canal.

Meninos vêm pelos caminhos
Rotos, pesinhos pisando o duro chão,
E escolhem, pobrezinhos,
Os brinquedos da caixa de papelão.

Guia-lhes os rápidos passos
O sonho, a infantil ilusão
De bola no pé ou boneca nos braços
Ainda que o estômago peça pão.

Levaram tudo ou quase tudo,
Meninas e meninos da favela.
Sobrou o boneco de gorro pontudo
Vestido com roupa amarela.

E a última menina a chegar
Não tinha mais que cinco anos
Dava pulinhos para alcançar
A boca da caixa e sem danos

Ver se brinquedo havia dentro dela.
Tombada a caixa a menina entrou,
Saiu levando para sua casa na favela
Mequetrefe, o único que sobrou.

27/11/06.

(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)