Era uma vez, numa loja de brinquedos, uma boneca que nasceu zarolha. Ficava exposta na mais alta prateleira, nenhuma menina a queria.
Vivia
triste. Via as outras bonecas serem escolhidas e levadas para casa em lindos
pacotes enfeitados!
Um
dia, uma boneca de cabelos louros disse:
-
Sabe por que ninguém quer você? Por causa dos seus olhos. Eles são feios
demais! Veja os meus – disse a convencida – são azuis.
Um
dia, já estava perto do Natal, o dono da loja resolveu colocar a Boneca Zarolha
na vitrine repleta de outras bonecas. A loja ficou cheia de crianças, todos os
brinquedos foram vendidos. Das bonecas sobram duas: a pobrezinha da Zarolha e a
convencida dos olhos azuis.
O
dono da loja pensou: - a loura tem chance de ser vendida, mas a Zarolha não tem
jeito, vou jogá-la no lixo. Ninguém quer esta boneca.
Enquanto pensava no destino que daria para a Zarolha, reparou em um homem que parara diante da vitrine, empurrando uma cadeira de rodas onde estava sentada uma linda menina. Ela apontava para a vitrine e batia palmas. O homem entrou, empurrando a cadeira e pediu:
-
Posso ver aquela boneca que está na vitrine?
-
Pois não senhor. Qual das duas?
-
A que está à esquerda, por favor.
-
Papai, olha! Ela é tão linda! Veja a graça dos cabelos, os braços roliços...as
mãozinhas...veja os pés, tão mimosos! Ah! E o vestido é uma beleza! A carinha é
rosada, perfeita. Compra ela pra mim papai.
O
homem comprou, pagou e saiu empurrando a cadeira onde estava sentada a criança
levando um belo pacote no colo e, dentro dele, feliz ia a Boneca Zarolha.
(Maria
Hilda de J. Alão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário