Belinha
era uma abelhinha operária que, junto com as companheiras, trabalhava muito na
fabricação de mel. Mas a colmeia, a qual pertencia Belinha, tinha um problema.
Toda vez que a colmeia estava cheia de mel, vinha o homem espantava as abelhas
com uma fumacinha e levava tudo deixando as abelhas sem casa. A rainha já não
sabia mais o que fazer. Foi aí que Belinha fez uma sugestão:
-
E se fôssemos construir nossa casa lá no fundo da floresta aonde o homem não
pode ir?
-
Boa idéia! Exclamou a rainha concordando.
- Ó de casa!
-
É o marimbondo, seu vizinho de árvore. Preciso falar com a responsável.
Belinha
se apresentou, perguntando:
-
Estou aqui. Qual é o assunto?
-
Senhora dona abelhinha, agora que já estão instaladas precisam tomar cuidado
com o urso Dum Dum. Ele adora mel e, quando por aqui aparece, come tudo... Não
reparou que não há outras abelhas por aqui? Todas foram embora porque toda vez
que a colmeia estava cheia de mel, Dum Dum vinha e comia tudo deixando as
pobrezinhas sem teto.
-
E por que o urso tem este nome de Dum Dum? – perguntou ela.
-
É porque ele é tão pesado que quando pisa no chão faz: dum dum dum dum.
Belinha
agradeceu ao marimbondo e entrou com a carinha triste e pensativa.
-
Viemos para cá fugindo do homem, agora tem um urso...
Foi
falar com a rainha para, juntas, encontrarem uma solução. Fizeram reuniões e
mais reuniões e a única solução a que chegavam era a mudança.
Naquela
noite Belinha não conseguia dormir só pensando no trabalho que tiveram para
construir a colmeia e por causa de um urso teriam de abandonar tudo e procurar
outro lugar. Ela não ia permitir. Estava envolvida nesses pensamentos quando
surgiu a idéia.
-
É isso! Isso mesmo! Como não pensei antes! – exclamou entrando para dormir.
Mal
o dia clareou, Belinha foi à presença da rainha para expor a sua ideia. A
soberana das abelhas perguntou:
-
Tem certeza que vai dar certo?
-
Sim, majestade, certeza absoluta. Esperemos o urso aparecer.
Lá
pelas nove horas da manhã chegou o urso Dum Dum farejando tudo sentindo o
perfume saboroso do mel. Olhou para o tronco e, vendo a colmeia no oco da
árvore, ficou em pé para arrancá-la com as suas garras. Neste momento todas as
abelhas se puseram em guarda na porta da colmeia. Belinha, cheia de coragem,
falou bem alto:
-
Bem-vindo, caro urso Dum Dum! Nossa colônia está feliz em conhecer tão valente
morador da floresta.
-
Deixe de bobagem abelhinha! Eu quero o mel que está nesta sua casa. – disse o
urso com o seu vozeirão fazendo as abelhas tremerem.
-
Calma! Vamos fazer um acordo. Todos os dias nós lhe daremos dois favos de mel e
você não destruirá a nossa casa. – propôs Belinha.
-
Eu não preciso ficar em pé e me esticar todo para pegar os favos? – perguntou
Dum Dum.
-
Não. Você senta no chão e nós jogamos os favos no seu colo. – respondeu
Belinha.
-
Oba! Eu não gosto de me espichar para pegar nada. – reclamou o urso.
E
assim foi feito. Todos os dias Dum Dum ganhava favos de mel enquanto as
abelhas, seguindo o plano de Belinha, construíam outra colmeia bem perto da
copa da árvore para se instalarem definitivamente. E quando acabasse o mel da
primeira colmeia, o urso que fosse procurar onde ele bem quisesse, porque mel
da colmeia de Belinha ele nunca mais provaria, já que urso adulto e gordão não
sobe em árvores.
E
assim terminou a história com todas as abelhas felizes, pois, graças a
inteligência de uma delas, nunca mais ficariam sem teto.
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