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sexta-feira, 25 de março de 2022

O CÃOZINHO FELPUDO



No meu peito o coração batia,
De alegria as mãos eu contorcia
Em saber que a caixa continha
O presente da minha vida.

Era branco, macio e tão peludo,
Olhos vivos muito inquietos.
Farejava tudo, lambia tudo,
Era o meu cãozinho Felpudo

Cuidava dele com carinho.
Meu pai até fez um carrinho
Para eu levar ao parque
Aquela bolinha de pelos

Que atendia aos meus chorosos apelos
Quando no quarto de castigo eu estava,
Por traquinagem ou desobediência.
Ele vinha dócil e com sua paciência

Ouvia, silencioso, as minhas queixas,
Lambia as lágrimas do meu rosto
Como a dizer: pra quê desgosto?
O tempo leva tudo, nada deixa.

Quando do castigo mamãe me tirava
A alegria na casa reinava.
Eu corria, cantava e pulava corda
Acompanhando Felpudo pela borda

Da velha piscina de forma ovalada.
Depois mergulhávamos na água tratada,
E nadando de uma extremidade a outra
Apostávamos quem era o mais rápido.

Com uma toalha branca eu secava Felpudo
Penteava seu pelo com pente de tartaruga
Depois, com o espelho da vovó na mão,
Mostrava a sua carinha perguntando: Gostou?

De cinco hoje eu tenho dez anos,
E na alma uma esperança grande
De encontrar o meu cãozinho Felpudo
Levado por um velho barbudo.

19/01/07

(Maria Hilda de J. Alão)

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