Sou um rato de fina classe
E não há ninguém que passe
A perna para me enganar.
Pão não é a minha praia,
Além de duro ele engorda
Quem mandou eu vir morar
Nesta casa de gente pobre.
Agora estou de malas prontas
De mudança para aquela mansão,
Ali em frente à casa do sacristão.
No armário tem queijo parmesão
Salame, toucinho e pastelão.
Não pensem que é no porão
Que vou morar, não senhores.
É num canto da larga cozinha,
Atrás do armário dos vinhos
Porque eu sou dom Ratão
Um rato de fino paladar.
Com tantas iguarias vou engordar,
Mas já pensei como a gordura evitar.
Farei do escorregador das crianças
Montanha pra minhas escaladas,
Da borda da piscina uma pista
Pra minhas noturnas caminhadas.
Vida como esta é tudo que desejo
Não me critiquem, pois mal não vejo,
Em querer comer do bom e do melhor,
Porque pão duro é o que há de pior.
09/01/07
(Maria Hilda de J. Alão)
(Histórias que contava para o meu neto)
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