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terça-feira, 4 de janeiro de 2022
UMA HISTÓRIA DE NATAL
CIDADE DOS PATOS (cordel infantil)
De uma família que criava patos
E de todos havia lindos retratos
Pendurados nas árvores do lago.
Vida boa com água e muito afago,
Cresciam todos com toque de mago
Sem que nada prenunciasse estrago
No modo de vida daquela família
Que primava pelo cuidado e vigília.
Uma manhã veio a menina Emília
Querida filha da nobre família
Com um grande livro em suas mãos
E os patos pensando que eram grãos
Chegaram todos invadindo os vãos
Da ponte que tinha um belo brasão
Esculpido em madeira e folha de latão.
Depois de dar aos patos migalhas de pão
Diz Emília sorrindo: Agora vamos à ação
De aprender multiplicação, adição e divisão,
Porque todo pato tem a obrigação saber
Para que na vida não tenha que perder
Oportunidades e a grande luta vencer
Preparando-se para a ignorância combater.
Falando igual a uma nobre professora
Diz Emília: Saibam que não sou amadora
E que em matemática sou uma doutora
Por isso não permito uso de calculadora
Para que digam o resultado desta soma
Dois mais cinco. E a fala ela retoma
Com os patos entendendo o idioma.
Para quê um pato quer diploma?
Perguntou o pato mais velho da turma.
Decepcionada a menina o vestido arruma
Pega o livro e se despede da turma
Que grasnando alegre para o lago ruma.
23/06/18
O LEÃO MENTIROSO
Era uma vez um leão orgulhoso que morava numa floresta imensa cheia de outros bichos e muitos pássaros. Um dia, depois de farta caça e comer demais, o leão engasgou-se com um pedaço de osso. Ficou deitado de boca aberta rugindo desesperado por causa da dor que o osso provocava em sua garganta. Foi então que ele avistou um pássaro pousado no galho de uma grande árvore. Gemendo ele falou:
- Passarinho, se você conseguir tirar
esse osso da minha garganta eu lhe prometo que nunca faltará comida para você e
sua família e para todos os pássaros desta floresta.
- Veja senhor leão, promessa é dívida e
uma mão lava a outra.
- Eu sei disso tudo passarinho, mas
pode tirar essa coisa da minha garganta?
Uma coruja, escondida entre as folhas
da mesma árvore onde o pássaro morava, murmurou:
- Não faça isso passarinho. Esse aí não
dá nada a ninguém. Volte para o seu ninho.
Sem ouvir o murmúrio da sábia coruja, o
pássaro voou para dentro da boca do leão e com muito esforço conseguiu tirar o
pedaço de osso que incomodava a fera. Tempos depois aconteceu uma seca
terrível. Todo o verde da mata desapareceu, os rios ficaram quase secos, tinha
uma poça de água aqui, outra acolá que os bichos disputavam com unhas e dentes.
Com a vegetação seca não havia brotos nem lagartas, nem sementes para alimentar
os pássaros. O pássaro que ajudou o leão estava no ninho com sua companheira
que chocava dois ovos. Ele saía todos os dias para procurar comida e nada. Ele
pensava:
- Desse jeito meus filhotes não
nascerão. A mãe deles não pode ficar sem comer.
E voou mais uma vez em busca de comida.
Numa dessas buscas por comida, lá bem distante do lugar onde ficava seu ninho,
o pássaro avistou o leão sob uma árvore seca roendo um grande osso. Ele pousou
em um dos galhos da árvore e pediu;
- Nobre leão, dar-me-ia algumas
migalhas desse seu banquete? Preciso alimentar minha companheira que ficou no
ninho chocando dois ovinhos.
- Não! Exclamou com voz forte e
ressoante o orgulhoso leão.
- Grande leão, lembra-se da promessa
que me fez quando tirei o osso da sua garganta?
- Por que me cobras o favor prestado?
Eu sou um rei e rei não deve nada a ninguém. Fique longe da minha comida ou
virará uma.
Triste o pássaro voltou para o ninho
sem nenhuma comida e pensando o quão mentiroso e mesquinho era aquele leão. A
coruja vendo a tristeza do passarinho puxou conversa:
- Meu amigo, nunca faça favores
esperando retribuição porque aquele que recebe o favor quase sempre é um
ingrato, um mentiroso que na hora da aflição promete tudo mesmo sabendo que não
cumprirá.
18/12/17
(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)
segunda-feira, 3 de janeiro de 2022
PARLENDAS 2019
Pra cima, pra baixo,
Levanto o capacho
Procuro não acho
A chave de aço.
...................................
CHORA RITA
Rita chora, chora Rita,
Perdeu o laço de fita
Do seu vestido de chita
Rita chora, chora Rita.
.................................
GATO NA TUBA
Tem gato na tuba,
O leão coça a juba
O Zé pesca manjuba
Comendo sua jujuba.
...................................
LA, LA, LA
La, la, la, lé, lé, lé,
O carro anda de ré
Na lagoa tem jacaré
La, la, la, lé, lé, lé.
...................................
INVERTIDA
Sapato de couro
Coroa de ouro
Coroa de couro
Sapato de ouro.
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GOIABADA
Goiabada, marmelada,
Você gosta de cocada
E eu de jabuticaba
Tudo isso é caçoada.
.......................................
FEIJOADA
Feijoada, garrafada,
Vovó deu chinelada
No gato de cara rajada,
Feijoada, garrafada.
..........................................
RISCO
Risco riscado
Risco apagado
Não estou enganado
Não é risco riscado.
..............................
A TORTA
Seria redonda a torta?
Ou seria quadrada a torta?
Nem redonda nem quadrada
Torta seria a torta.
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BARATINHA
Baratinha, ó baratinha,
Aonde vais ó danadinha?
Vou roer as batatinhas
Do lanche das criancinhas.
.................................................
PEDRO
Pedro pedra,
Pedra Pedro.
Fale rápido sem parar
Você não pode errar.
03/12/19
(Maria Hilda de J. Alão)
O PRESENTE DE PAPAI NOEL
Um quarto pobre mobiliado com móveis velhos. Em duas camas, duas meninas dormiam placidamente. Os olhos fechados se movimentavam. Estavam sonhando.
A primeira menina tinha, entre os braços, bem apertadinha contra o peito, uma velha boneca de pano. A outra menina, da mesma forma que a primeira, abraçava um coelho tão surrado que já havia perdido uma das orelhas.
É véspera de Natal. O sino da igrejinha bateu
doze vezes. Hora da missa do galo. Tão profundo é o sono que as duas crianças
não ouvem nem o sino da igreja nem os sininhos do trenó do Papai Noel apressado
para entregar os presentes de todas as crianças do mundo.
Depois de algumas horas, novamente os sininhos
do trenó soaram e ele aterrissou suavemente atrás da casa das meninas. Papai
Noel desceu e, com dois pacotes nas mãos, circulou ao redor da casa a procura
da chaminé para entrar. Como a casa era de gente muito pobre não havia lareira
e se não havia lareira estava explicada a ausência de chaminé.
Papai Noel parou e ficou olhando, procurando uma
maneira de entrar na casa para deixar os presentes muito especiais. Papai Noel
não bate nas portas.
Foi aí que surgiu a fada madrinha das duas
irmãs. Com sua varinha de condão ela abriu, silenciosamente, a janela do quarto
das meninas Luciana e Larissa. Papai Noel, sem fazer ruído algum, subiu e
entrou. Depositou os presentes, um ao lado de cada cama. Depois posou de leve a
mão na cabeça de Luciana e disse alguma coisa que não deu para ouvir.
Agradecendo a ajuda da fada, Papai Noel subiu no trenó e partiu para terminar
seu trabalho. Ainda havia muito presente para ser entregue.
O dia clareou. Luciana, oito anos, e Larissa,
seis anos, acordaram:
- Bom dia, maninha! – disse a irmã mais velha
para a mais nova que bocejando retribuiu a saudação.
Saltaram da cama e quase pisaram nos presentes
deixados pelo Papai Noel. Ao verem os pacotes elas gritaram com toda alegria de
seus coraçõezinhos:
- Ele veio, ele veio.
Depois sentaram na cama, cada uma com seu
pacote. Abriram. Com os olhos brilhantes e arregalados de tanta felicidade,
elas murmuravam baixinho:
- É a boneca... é a boneca...
Como Papai Noel soubera do desejo das irmãs?
Elas não escreveram para ele como faziam as crianças ricas do reino. Elas nem
sabiam ler e escrever! Fora só um pedido feito em pensamento quando uma
estrela caía do firmamento. Era um pedido secreto, ninguém podia saber. O
quarto, naquela manhã de Natal, estava diferente. Parecia mais iluminado que de
costume. Um perfume suave impregnava o ambiente.
Depois de arrumarem as camas, as duas foram ter
com os pais levando os seus presentes de Natal:
- Mamãe e papai vejam as lindas bonecas que o
Papai Noel deixou para nós.
E mostravam, sacudindo, as bonecas de pano
novinhas e feitas com esmero. Pai e mãe abraçaram as meninas e, numa prece,
agradeceram a dádiva.
Depois do almoço de Natal, como era de costume,
vestindo suas melhores roupas, a família partiu para a visita anual ao hospital
infantil. As famílias mais abastadas levavam presentes para os pequenos
doentes. As mais pobres e sem recursos para comprar presentes, faziam algo
melhor que qualquer presente do mundo. Elas iam de quarto em quarto conversando
com as crianças, contavam histórias e todos interagiam com os personagens.
Cantavam e simulavam dançar segurando as mãozinhas sem que fosse preciso o
doentinho sair do leito.
Foi em um desses quartos que Luciana e Larissa
encontraram a pequena Mariana. As duas entraram e logo estavam as três
brincando com aquelas esplêndidas bonecas de pano. As enfermeiras ficaram
surpresas com a melhora de Mariana. Ela não falava nem ria desde que ali
chegara. A forte pneumonia a deixara muito fraca, sem forças para nada. Foi uma
tarde maravilhosa. Eram quase seis horas quando uma das enfermeiras anunciou o
término da visita.
- Que presente você ganhou?
- Não ganhei nada. Sempre foi assim. Entra Natal
e sai Natal e eu fico sem presente. Meu pai disse que é porque somos pobres. –
respondeu a menina de sete anos, cujos pais trabalhavam na lavoura do rei
ganhando quase nada.
As duas irmãs ficaram emocionadas, por pouco não
chegaram às lágrimas. Disfarçaram para que a outra não percebesse e foram atrás
dos pais que as esperavam ao final do longo corredor do hospital. As duas irmãs
falaram baixinho com os pais. Depois voltaram apressadas para o quarto de
Mariana. Só Luciana entrou. A menina dormia tranquila. Com todo o cuidado para
não acordá-la, Luciana colocou a sua boneca de pano entre os braços da doente e
foi saindo fechando a porta de mansinho. Segurando a mão de Larissa, que ficara
do lado de fora do quarto, correram felizes para os pais. Ao chegarem a sua
casa, a irmãzinha mais nova disse:
- Maninha! O que é meu é seu. Nós repartiremos
tudo, até a boneca.
A fada madrinha que acompanhava todo o
desenrolar da história, abençoando as duas meninas disse:
- Ninguém é tão pobre que não possa dar nada.
(Histórias que contava para o meu neto)
A BONECA ZAROLHA
Era uma vez, numa loja de brinquedos, uma boneca que nasceu zarolha. Ficava exposta na mais alta prateleira, nenhuma menina a queria.
Vivia
triste. Via as outras bonecas serem escolhidas e levadas para casa em lindos
pacotes enfeitados!
Um
dia, uma boneca de cabelos louros disse:
-
Sabe por que ninguém quer você? Por causa dos seus olhos. Eles são feios
demais! Veja os meus – disse a convencida – são azuis.
Um
dia, já estava perto do Natal, o dono da loja resolveu colocar a Boneca Zarolha
na vitrine repleta de outras bonecas. A loja ficou cheia de crianças, todos os
brinquedos foram vendidos. Das bonecas sobram duas: a pobrezinha da Zarolha e a
convencida dos olhos azuis.
O
dono da loja pensou: - a loura tem chance de ser vendida, mas a Zarolha não tem
jeito, vou jogá-la no lixo. Ninguém quer esta boneca.
Enquanto pensava no destino que daria para a Zarolha, reparou em um homem que parara diante da vitrine, empurrando uma cadeira de rodas onde estava sentada uma linda menina. Ela apontava para a vitrine e batia palmas. O homem entrou, empurrando a cadeira e pediu:
-
Posso ver aquela boneca que está na vitrine?
-
Pois não senhor. Qual das duas?
-
A que está à esquerda, por favor.
-
Papai, olha! Ela é tão linda! Veja a graça dos cabelos, os braços roliços...as
mãozinhas...veja os pés, tão mimosos! Ah! E o vestido é uma beleza! A carinha é
rosada, perfeita. Compra ela pra mim papai.
O
homem comprou, pagou e saiu empurrando a cadeira onde estava sentada a criança
levando um belo pacote no colo e, dentro dele, feliz ia a Boneca Zarolha.
(Maria
Hilda de J. Alão)
A Caixa Mágica (cordel)
AS DUAS CARTAS
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