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terça-feira, 16 de agosto de 2022

A LANTERNA MÁGICA (história infantil)

Existiu um homem que era viajante. Vendedor de tralhas, ele só viajava à noite entre uma cidade e outra. Os amigos censuravam o hábito dizendo que as estradas eram perigosas e que ele poderia ser assaltado.

O homem, porém, não dava ouvidos aos conselhos. Dizia a todos que possuía uma lanterna mágica e com ela nunca ficaria na escuridão durante suas viagens. A lanterna mágica, segundo ele, iluminava quilômetros de estrada e nunca se apagava porque era abastecida com o melhor óleo do mundo. O óleo de baleia.

Depois de vender toda a mercadoria que trouxera, o homem se preparou para voltar para a sua cidade. Arrumou seus pertences em uma mala e, por baixo da roupa bem dobrada, ele colocou a bolsa com o dinheiro que ganhara vendendo as suas tralhas. Esperou a noite chegar. Despediu-se dos amigos e partiu levando a lanterna mágica que iluminava tudo.

Andou muito. Faltavam uns dois quilômetros para chegar a sua cidade quando começou uma forte ventania. Levantando a poeira da estrada e limitando a visualização do caminho, o vento apagou a lanterna mágica. O homem ficou desesperado. Logo se lembrou dos fósforos que carregava no bolso da calça.

Foi riscando e o vento apagando. Quando parecia que o vento tinha dado uma trégua, ele puxou o último palito de fósforo e riscou. Assim que aproximou a chama do fósforo da lanterna mágica, uma forte lufada de vento apagou o palito.

Preocupado, o homem tateou no escuro procurando um lugar para sentar e aguardar o dia amanhecer. Finalmente a manhã chegou. O vendedor olhou a sua volta procurando a mala com seus pertences e a bolsa de dinheiro. Não encontrou nada. Só a lanterna apagada que para ele mais perecia um mostrengo sem utilidade.

Então percebeu que durante a ventania ele fora roubado. Com esse acontecimento ele aprendeu duas lições: não existe magia para dominar a força da natureza e sensato é aquele que sabe ouvir conselhos. Assim ele voltou para casa com a lanterna mágica na mão e sem dinheiro no bolso.

(Histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)

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