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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A LENDA DA HARPIA (lendas)

 


           Para o poeta grego Homero, o fundador da poesia épica nascido em local desconhecido presumidamente entre os séculos 11 e 7 a.C., apesar de sete cidades gregas reivindicarem tal honra, a harpia Celeno, ou Podargéia, uniu-se a Zéfiro para dar origem aos cavalos de Aquiles, que voam no ar com os ventos; já para os poetas alexandrinos (que polvilhavam sua poesia com explicações técnicas e científicas, com alusões sábias e observações eruditas que exigiam do leitor conhecimentos aprofundados para a sua compreensão) e também para os latinos, elas eram colocadas entre os gênios infernais, confundindo-se frequentemente com as Fúrias dos romanos, ou Erínias dos gregos, três divindades maléficas (as irmãs Alecto, Megera e Tisifone) que presidiam a todos os crimes. Mas as Harpias aparecem com maior destaque, sobretudo, nas lendas relacionadas com Fineu, rei da Trácia que se tornou cego por vontade de Zeus (Júpiter).

                  O mito principal dessas divindades confunde-se com a história de Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: toda a comida que fosse colocada à sua frente seria carregada pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos aquilo que não pudessem levar com elas. Segundo a versão mais conhecida, Fineu era o rei da Trácia, região histórica do sudeste da Europa, banhada, a leste, pelo mar Negro e pelo estreito do Bósforo; ao sudeste, pelo mar de Mármara; e ao sul, pelo estreito do Dardanelos e pelo mar Egeu.

               O soberano também era adivinho, mas por ter abusado das faculdades proféticas que possuía, acabou deixando Zeus (Júpiter) aborrecido, e por isso foi castigado com a perda da visão, passando a ser perseguido pelas Harpias. Estas cuidavam de lhe roubar a comida, ignorando os servos que tentavam afugentá-las, e quando o infeliz soberano já estava prestes a morrer de fome, os Argonautas chegaram ao seu reino e as venceram, deixando-as vivas diante da sua promessa de que não mais atormentariam o soberano, e de que se recolheriam a uma caverna na ilha de Creta.

Maria Hilda de J. Alão

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