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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A RAPOSA E O GALO CARIJÓ (história infantil)

 


        O dia ainda não havia raiado e uma raposa perambulava pelas redondezas de um terreiro quando viu, no galho de uma árvore, um galo carijó cantando bem alto, có,có, cocoricó. Ao ver aquela ave tão gorda e bonita, a raposa decidiu que o seu café da manhã seria aquele belo galo carijó. Ela sentou-se e, olhando para o galo pousado no galho, disse:
 
- Sua voz é maravilhosa! Quando entoa a nota dó parece um deus do Olimpo. E esse seu peito estufado, ah, lembra-me a figura de Apolo. Mas como eu sou meio surda, peço que desça dessa árvore e cante para mim e bem pertinho de mim.
O galo, que não era bobo nem nada, respondeu:

- Eu canto para despertar os homens. Canto para anunciar o raiar do dia. Se canto alto, aboletado no galho dessa árvore, é para que todos, sem exceção, ouçam a minha voz.

- Ora, seu galo carijó, os homens se queixam do barulho que você faz acordando a todos nas madrugadas frias. A mim você não incomoda, pelo contrário, eu aguardo ansiosa a madrugada só para ouvir sua bela voz de tenor. Vamos, desça! Venha cantar só pra mim!
Para responder à raposa, o galo entoou um canto que dizia:

- Có, có, cocoricó!
A raposa é muito esperta,
Mas o galo é muito mais
Voo rasante, pouso em galhos
Isso raposa não faz.

A raposa, fingindo-se de simpática e paciente, respondeu com versos que inventou na hora:

- Vamos galinho cantor
Neste terreiro brincar.
Teu canto em ré, mi, fá
Parece de um canário a trinar. 
Foi aí que o galo respondeu cantando muito alto:

- Có, có, cocoricó,
Dona raposa manhosa
Teu pelo é uma formosura,
Tua voz uma doçura,
Mas se eu daqui descer
Sei bem o que pode acontecer.

E o canto insistente do galo, acordou os cães da fazenda que, farejando a raposa, invadiram o terreiro pondo em fuga a invasora que queria ter como café da manhã o belo e gordo galo carijó.

30/06/11
(Histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)

domingo, 21 de agosto de 2022

História- A Revolta das Cenouras - 1° e 2°Ano-Prof° Letícia.


(História escrita por Maria Hilda de J. Alão e publicada no seu livro de histórias infantis: Dona Baratinha não Casou à pag. 12)

A Fábrica de Ovos de Páscoa - Adaptação da história de Maria Hilda de Je...



(História escrita por Maria Hilda de J. Alão, publicada no livro de histórias infantis da autora: A Princesa Sofia à pag. 37.)

O Gato que Queria ser Tigre [Vovó Miloka]


(História escrita por Maria Hilda de Jesus Alão e publicada no livro da autora "Os Bichos Contando suas Histórias" pag. 76)

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A MISSÃO DO ANJO SERAFIM (história infantil)

 



                  Entre os anjos do céu havia um que se chamava Serafim e que era um anjo de primeira grandeza, mas, era meio da esquerda. Vivia fazendo brincadeiras com os amiguinhos. Puxava as trancinhas das anjinhas, prendia as asas dos outros anjos com pregadores transparentes, fazia “buuuuuuu” para assustar São Pedro, na portaria do céu, e colocava nuvens na Lua para apagar o brilho. Mas, mesmo sendo peralta, era muito querido do anjo Guardião, responsável pela ala em que viviam os anjos.

Um dia Deus chamou o Guardião à Sua sala. Os megafones do céu retumbaram:
- Atenção, senhor Guardião dos anjos, compareça à sala do Altíssimo!

Esse chamado foi repetido várias vezes. O Guardião tomou conhecimento. Arrumou a sua vestimenta, aprumou as asas, ajeitou a auréola de luz da sua cabeça, iluminou o rosto com um sorriso e lá se foi para a sala do Pai.

Chegou. A porta, entreaberta, mostrava o brilho da magnificência de Deus. Bateu timidamente. A voz grave veio lá de dentro:

- Entre, meu filho!

O Guardião entrou e viu na face do Pai toda a bondade, toda a placidez que existe no universo. Então ele disse:

- Pai, estou aguardando suas ordens!

O Pai o chamou para perto de si e, sorridente, cochichou algo ao seu ouvido. Depois disse enfático:

- Que se cumpra!

Enquanto isso, na ala dos anjos havia um forte burburinho. O que seria que Deus queria conversar com o anjo Guardião? Neste momento entra o Guardião, muito sério. - Crianças, o Senhor destinou uma tarefa para um de vocês. Não será fácil porque a tarefa não será no céu, será na Terra.

Ouviu-se, em uníssono, o “oh” dos anjos. Realmente será uma missão quase impossível. Humanos não são fáceis. E o anjo? Qual deles estava designado para essa tarefa? Mais uma vez, ouviu-se a voz do Guardião:

- O anjo escolhido por Deus é o anjo Serafim. – Nesse momento a falange fez: - “chiiiiiiiiiii!” - eles não botavam fé no pobre do Serafim. O Guardião continuou a falar:

- O anjo escolhido tem a missão de salvar as baleias dos mares da Terra e tem sete dias para fazer o trabalho.

Um anjo curioso perguntou:

- Por que Deus quer que sejam salvas as baleias?

- Porque elas fazem parte do equilíbrio do ecossistema do planeta. Cada animal, cada planta, cada macro e micro organismos são um elo da corrente. Rompido um elo, todo o sistema desaba. O ecossistema da Terra já está quase falido porque o homem não sabe cuidar da casa que Deus lhe deu.

E Serafim desceu para a Terra para cumprir sua missão. Assustou-se com o movimento de carros, tossiu com o ar poluído, viu a devastação das matas, a erosão do chão, tremeu diante da poluição das águas e até chorou quando viu a enormidade de lixo boiando em rios e mares. Já estava no terceiro dia. Partiu para o oceano para conhecer as baleias.
Ficou com o coração partido ao ver aqueles barcos com homens arpoando os enormes animais.

Ficou pairando no ar imaginado como ele, tão pequenino, poderia salvar aquele imenso animal, caçado por outro de menor porte. Já estava no sexto dia e ele ainda não sabia como fazer para salvar as baleias. Voltou para a terra. Ficou invisível no cais, vendo e ouvindo as pessoas. Foi neste momento que chegou um grupo indignado com aquela matança. - Veja, - dizia uma mulher – a baleia azul, a baleia orca e a cachalote, já tiveram diminuída a sua população nos oceanos. E ficaram contando as baleias mortas que eram descarregadas no cais.

Então Serafim teve uma ideia. Aproximou-se do grupo e soprou no ouvido de uma das pessoas, a ideia:

- Pessoal, já sei como vamos acabar com isso!

- Como? – perguntou um homem alto e forte.

- Vamos partir para o mar em barcos, botes, seja lá o que for, com megafones no último volume, ficaremos na frente do baleeiro e só sairemos quando eles desistirem. Se algum de nós morrer, será por uma causa justa. Vamos atrapalhar essa caçada.

E assim foi feito. Embora não tenham acabado, totalmente, com a mortandade de baleias, ela diminuiu um pouco. Foi muito trabalho. Muita luta com os países que defendem a pesca sem limites das baleias.

Isto aconteceu no sétimo dia da missão de Serafim. Feliz ele voltou para o céu. Toda a falange estava em festa. Tinha sido cumprida a ordem de Deus. O anjo Guardião entregou a medalha de “honra ao mérito” a Serafim, sob os aplausos de todos. Depois da recepção, o Guardião pegou Serafim pela mão e foi subindo com ele para a esfera mais alta do céu, onde habita o Pai, porque, a partir daquele instante, Serafim tornou-se um dos anjos que estão à direita de Deus.

(histórias que contava para o meu neto).
(Maria Hilda de J. Alão)

A LENDA DA HARPIA (lendas)

 


           Para o poeta grego Homero, o fundador da poesia épica nascido em local desconhecido presumidamente entre os séculos 11 e 7 a.C., apesar de sete cidades gregas reivindicarem tal honra, a harpia Celeno, ou Podargéia, uniu-se a Zéfiro para dar origem aos cavalos de Aquiles, que voam no ar com os ventos; já para os poetas alexandrinos (que polvilhavam sua poesia com explicações técnicas e científicas, com alusões sábias e observações eruditas que exigiam do leitor conhecimentos aprofundados para a sua compreensão) e também para os latinos, elas eram colocadas entre os gênios infernais, confundindo-se frequentemente com as Fúrias dos romanos, ou Erínias dos gregos, três divindades maléficas (as irmãs Alecto, Megera e Tisifone) que presidiam a todos os crimes. Mas as Harpias aparecem com maior destaque, sobretudo, nas lendas relacionadas com Fineu, rei da Trácia que se tornou cego por vontade de Zeus (Júpiter).

                  O mito principal dessas divindades confunde-se com a história de Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: toda a comida que fosse colocada à sua frente seria carregada pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos aquilo que não pudessem levar com elas. Segundo a versão mais conhecida, Fineu era o rei da Trácia, região histórica do sudeste da Europa, banhada, a leste, pelo mar Negro e pelo estreito do Bósforo; ao sudeste, pelo mar de Mármara; e ao sul, pelo estreito do Dardanelos e pelo mar Egeu.

               O soberano também era adivinho, mas por ter abusado das faculdades proféticas que possuía, acabou deixando Zeus (Júpiter) aborrecido, e por isso foi castigado com a perda da visão, passando a ser perseguido pelas Harpias. Estas cuidavam de lhe roubar a comida, ignorando os servos que tentavam afugentá-las, e quando o infeliz soberano já estava prestes a morrer de fome, os Argonautas chegaram ao seu reino e as venceram, deixando-as vivas diante da sua promessa de que não mais atormentariam o soberano, e de que se recolheriam a uma caverna na ilha de Creta.

Maria Hilda de J. Alão

terça-feira, 16 de agosto de 2022

A LANTERNA MÁGICA (história infantil)

Existiu um homem que era viajante. Vendedor de tralhas, ele só viajava à noite entre uma cidade e outra. Os amigos censuravam o hábito dizendo que as estradas eram perigosas e que ele poderia ser assaltado.

O homem, porém, não dava ouvidos aos conselhos. Dizia a todos que possuía uma lanterna mágica e com ela nunca ficaria na escuridão durante suas viagens. A lanterna mágica, segundo ele, iluminava quilômetros de estrada e nunca se apagava porque era abastecida com o melhor óleo do mundo. O óleo de baleia.

Depois de vender toda a mercadoria que trouxera, o homem se preparou para voltar para a sua cidade. Arrumou seus pertences em uma mala e, por baixo da roupa bem dobrada, ele colocou a bolsa com o dinheiro que ganhara vendendo as suas tralhas. Esperou a noite chegar. Despediu-se dos amigos e partiu levando a lanterna mágica que iluminava tudo.

Andou muito. Faltavam uns dois quilômetros para chegar a sua cidade quando começou uma forte ventania. Levantando a poeira da estrada e limitando a visualização do caminho, o vento apagou a lanterna mágica. O homem ficou desesperado. Logo se lembrou dos fósforos que carregava no bolso da calça.

Foi riscando e o vento apagando. Quando parecia que o vento tinha dado uma trégua, ele puxou o último palito de fósforo e riscou. Assim que aproximou a chama do fósforo da lanterna mágica, uma forte lufada de vento apagou o palito.

Preocupado, o homem tateou no escuro procurando um lugar para sentar e aguardar o dia amanhecer. Finalmente a manhã chegou. O vendedor olhou a sua volta procurando a mala com seus pertences e a bolsa de dinheiro. Não encontrou nada. Só a lanterna apagada que para ele mais perecia um mostrengo sem utilidade.

Então percebeu que durante a ventania ele fora roubado. Com esse acontecimento ele aprendeu duas lições: não existe magia para dominar a força da natureza e sensato é aquele que sabe ouvir conselhos. Assim ele voltou para casa com a lanterna mágica na mão e sem dinheiro no bolso.

(Histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)