
A borboleta borboletearia
Um cavalo trotaria
Uma vaca ruminaria
Um grilo cricrilaria
Um pintinho piaria
A menina cantarolaria
E um burro zurraria
No futuro do pretérito.
31/03/23
(Maria Hilda de J. Alão)
Parlendas, Provérbios, Histórias Infantis, Trava-língua, Poesia Infantil, Contos de Fadas, Cordel Infantil, Cantigas de Roda, Catacrese, Acalanto, Folclore, Lendas e Mitos, Fábulas, Ciranda, Acalanto.
Era dia de
quarta-feira
De joaninhas uma fileira
Marchava de forma garbosa
Nas pétalas de branca rosa.
Fizeram da flor a sua praça,
Batiam as asinhas com graça
Como se quisessem ser admiradas.
As borboletas, nos galhos pousadas,
Comentavam sobre a beleza da rosa
E de como ela era generosa
Cedendo suas pétalas às joaninhas
Vermelhas com bolas pretinhas.
Mais pétalas na rosa se abriram,
E mais joaninhas rubras surgiram
Pousando na flor escolhida
Para o balé de beleza e de vida.
Outras rosas da mesma roseira
Sentindo inveja da companheira
Diziam: ela não é melhor do que nós
Por que estamos sempre sós?
Ouvindo tudo a roseira frondosa
Sacudiu-se muito raivosa
Fazendo voar sem destino,
Levadas pelo vento matutino,
Borboletas e todas as Joaninhas
Batendo rapidamente as asinhas
Deixando a rosa tão linda
Desolada por ver finda
A festa das alegres joaninhas
Por inveja das outras rosinhas.
Neste ponto o livro a menina fechou,
E uma lágrima pela sua face rolou.
Maria
Hilda de J. Alão
No tempo antigo, quando os bichos falavam, existiu uma águia que passava o tempo todo brigando com uma coruja. A briga acontecia porque uma comia os filhotes da outra. E quando brigavam a floresta toda ficava sabendo. Só se ouvia o crocitar da águia e o pio da coruja desafiando uma a outra e, ao se enfrentarem, era só pena voando para todos os lados. E assim passaram boa parte de suas vidas. Um dia, já cansada, a águia foi até o ninho da coruja e fez a seguinte proposta:
-
D. Coruja, eu estou cansada dessa vida de brigas entre nós. Que tal fazermos as
pazes?
-
Ora, acha que eu vou cair nessa? Eu digo sim e você comerá meus filhotes. –
respondeu a coruja desconfiada.
Um
corvo que estava pousado num galho ao lado do ninho da coruja, querendo dar uma
de juiz de paz, disse para a coruja.
-
Ora, vamos lá D. Coruja, tente ouvir mais atentamente a D. Águia. Talvez seja
um acordo bom para as duas. Já pensou em acabar com essas brigas? Viver
sossegada criando seus filhotes sem se preocupar com D. Águia, e D. Águia
criando os filhotes dela sem se preocupar com a senhora?
As
outras aves apoiaram o discurso do corvo e pediram que D. Coruja escutasse a
proposta de D. Águia.
-
Bem, D. Coruja, a minha proposta de paz é a seguinte: eu não como os seus filhotes
e você não come os meus. E como prova da minha boa intenção, me diga como são
seus filhos para que eu os possa identificar e assim evitar comê-los.
-
Ah, D. Águia, meus filhotes são a coisa mais linda do mundo. Você os
reconhecerá com certeza. – finalizou a coruja muito orgulhosa.
Depois
dessa conversa a águia partiu para outras terras para caçar. Passou um bom
tempo e ela voltou para aquele recanto da floresta que era seu verdadeiro lar
para criar seus filhotes. Cansada de cuidar da prole, a águia resolveu
descansar por algumas horas e, ao acordar o seu estômago e os dos seus filhos
estavam roncando de fome. Saiu para caçar. Lembrou-se do acordo feito com a
coruja.
-
Preciso ficar muito atenta para não comer os filhotes de D. Coruja, caso
contrário o acordo estará desfeito. Isso não será difícil porque sei que são os
filhotes mais lindos do mundo.
E
a águia continuou voando em busca de comida até que viu um ninho com meia dúzia
de filhotes recém-nascidos horríveis.
-
Esses aí não são filhos da coruja com certeza. São feios demais.
Antes
do escurecer, chegou a coruja trazendo o esperado alimento. Ao ver o ninho
vazio, piou de tristeza. Piou tão alto que atraiu a atenção do corvo, seu
vizinho, que estava a quilômetros de distância:
-
Meus filhos, meus filhos sumiram. – dizia pesarosa.
-
Foi D. Águia... – disse o corvo reticente,
-
A águia? – disse ela aos gritos, - Nós temos um acordo e ela foi capaz de
quebrar. Como eu pude confiar numa águia? Ah, meu Deus!
E
partiu decidida para o ninho da águia. Ao chegar foi logo gritando:
-
Mentirosa, como pôde fingir que queria a paz e pelas minhas costas comeu os
meus filhotes!
-
Seus filhos, aquelas coisas horrorosas? Você disse que eram os mais lindos do
mundo!
O
corvo entendeu a história. Toda mãe vê seus filhos como os bebês mais lindos do
mundo e dona coruja não é diferente. Certo, crianças?
Faltavam duas semanas para o encerramento das aulas e as crianças do Grupo Escolar Cristo Rei tinham aulas de recreação. Todos estava...