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sábado, 27 de agosto de 2022

DONA BARATINHA VAI SE CASAR (poesia infantil)



Mimi, a baratinha,
Está querendo se casar.
Assobia, assobia
Chama o padre Zé Maria

Pro casamento realizar.
E depois pra festejar
Será preciso um fogueteiro
Pra foguete ele soltar.

E a música para animar?
Convide para cantar
A cantora popular
A baratinha Lucimar.

Comida não faltará,
Fome ninguém passará,
Além de almoço ajantarado
Haverá doce e salgado.

A baratinha já avisou
Que esforços não poupará
Pra trazer dois cozinheiros
Que conheceu em janeiro.

São dois baratões japoneses,
Famosos entre os franceses
Pelos pratos deliciosos
E os petiscos curiosos.

São os irmãos Sushi e Sashimi.
Sushi prepara o peixe e o shari
Pra Sashimi fazer o sushi
E com as sobras Sushi fará sashimi.

Haverá pastel de vento,
De Sushi o grande invento,
Preparado com talento
Pra servir no casamento.

E será uma confusão de “mi”
Os convidados gritando em mi:
“Seu” Sushi me dê sashimi!
“Seu” Sashimi me dê sushi!

23/05/08
(Maria Hilda de J. Alão)

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A REVOLTA DO DICIONÁRIO (história infantil)

 



          Era noite. Na biblioteca da escola, em cima de uma mesa, estavam uma pilha de livros de gramática e um pesado dicionário. Na mesa, ao lado, um porta-lápis e várias réguas, tudo bem arrumadinho. Em frente das mesas ficavam as estantes com muitos livros. A estante preferida das crianças era a que guardava os livrinhos de história infantil. Essa ficava bem perto da mesa onde repousavam os livros de gramática e o dicionário. Silêncio total na vasta sala de leitura. A iluminação da rua, através das vidraças, lançava uma tênue claridade no ambiente. De repente um soluço. Um lápis, cuja cabeça era enfeitada com uma borracha vermelha, perguntou:

- Quem está chorando?

- É o dicionário. Ele está muito tristinho. – respondeu um dos livros de gramática.

- Qual é a razão do choro? – perguntou uma régua amarela muito curiosa.

- É por causa das crianças. – respondeu o livro de história infantil Branca de Neve lá do seu cantinho na estante em frente à mesa que abrigava o dicionário chorão.

- Mas as crianças cuidam bem de nós. Não vejo motivo para essa choradeira. – resmungou um dos livros de gramática.

- Não é isso, meu amigo! – exclamou o livrinho de história infantil. – É que as crianças, doravante, não precisarão dele e não mais o chamarão carinhosamente de “Pai dos Burros”.

- Ora, isso não acontecerá! Não será exagero da parte do dicionário? – questionou o livro de gramática da terceira série.

- Que nada, meu querido livrinho! Foi decretado que falar errado é o certo.

- Como assim? Perguntou assustado o livro de gramática da quarta série.

- Por exemplo: - começou a explicar o livrinho de história infantil. – de acordo com o decreto você pode falar: “nóis vai na praia”, “nóis pega o ônibus”, “nóis come os doce” que está tudo certo.

- Que coisa feia! Mas eu tenho certeza que as professoras não concordarão com esse absurdo, portanto a criança não se expressará dessa forma.

- As professoras não podem fazer nada. A ordem vem de cima, de gente que se diz entendida em português. Entendeu agora por que chora o dicionário? Ele sabe o destino dessas crianças, coitadas. Falar “nóis jogou bola depois da aula”, “as menina chegou atrasada na crasse” é como dar uma paulada na cabeça. – finalizou o livrinho de história infantil Branca de Neve.

O dicionário parou de soluçar e, fazendo um esforço grande devido ao seu peso, ergueu-se sobre a mesa e começou a discursar.

- Caros amigos, - começou ele revoltado, - nós, instrumentos de alfabetização, estamos fadados a desaparecer. Sim! Se o errado é o certo, o nosso prazo de validade já venceu, e material vencido vai para o lixo. Precisamos lutar a fim de que as crianças tenham um futuro digno. Que elas possam ser alfabetizadas com dignidade. Que saibam se expressar corretamente porque o idioma é a identidade de um povo.

Todos os livros, lápis e réguas da biblioteca aplaudiram calorosamente a fala do dicionário. Mas como em todo lugar sempre tem um engraçadinho, a biblioteca também tinha o seu. Um lápis de cor azul já descascado de tanto ser mordido pelas crianças:

- É isso aí, dicionário! – gritou entusiasmado. – falou pouco, claro e bonito. Ainda bem que você não usou as palavras difíceis que tem aí escondidinhas nas suas páginas, ah, ah, ah, ah.

Já era madrugada quando todos foram dormir. Antes de se acomodar para o merecido descanso, o lápis de cor azul, não se sabe como, conseguiu ficar de cabeça para cima e, com sua ponta fininha, escrever no papel que forrava a mesa:

- Abaixo a incompetência dos “filólogos”, tudo por um ensino digno. Ah, ah, ah, pensam que é só o dicionário chorão que sabe palavra difícil? Eu, lápis, também sei. Viram o que escrevi? Filóloooogoooooo. Gracinha!!!

25/05/11.
(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)

 

A RAPOSA E O GALO CARIJÓ (história infantil)

 


        O dia ainda não havia raiado e uma raposa perambulava pelas redondezas de um terreiro quando viu, no galho de uma árvore, um galo carijó cantando bem alto, có,có, cocoricó. Ao ver aquela ave tão gorda e bonita, a raposa decidiu que o seu café da manhã seria aquele belo galo carijó. Ela sentou-se e, olhando para o galo pousado no galho, disse:
 
- Sua voz é maravilhosa! Quando entoa a nota dó parece um deus do Olimpo. E esse seu peito estufado, ah, lembra-me a figura de Apolo. Mas como eu sou meio surda, peço que desça dessa árvore e cante para mim e bem pertinho de mim.
O galo, que não era bobo nem nada, respondeu:

- Eu canto para despertar os homens. Canto para anunciar o raiar do dia. Se canto alto, aboletado no galho dessa árvore, é para que todos, sem exceção, ouçam a minha voz.

- Ora, seu galo carijó, os homens se queixam do barulho que você faz acordando a todos nas madrugadas frias. A mim você não incomoda, pelo contrário, eu aguardo ansiosa a madrugada só para ouvir sua bela voz de tenor. Vamos, desça! Venha cantar só pra mim!
Para responder à raposa, o galo entoou um canto que dizia:

- Có, có, cocoricó!
A raposa é muito esperta,
Mas o galo é muito mais
Voo rasante, pouso em galhos
Isso raposa não faz.

A raposa, fingindo-se de simpática e paciente, respondeu com versos que inventou na hora:

- Vamos galinho cantor
Neste terreiro brincar.
Teu canto em ré, mi, fá
Parece de um canário a trinar. 
Foi aí que o galo respondeu cantando muito alto:

- Có, có, cocoricó,
Dona raposa manhosa
Teu pelo é uma formosura,
Tua voz uma doçura,
Mas se eu daqui descer
Sei bem o que pode acontecer.

E o canto insistente do galo, acordou os cães da fazenda que, farejando a raposa, invadiram o terreiro pondo em fuga a invasora que queria ter como café da manhã o belo e gordo galo carijó.

30/06/11
(Histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)

domingo, 21 de agosto de 2022

História- A Revolta das Cenouras - 1° e 2°Ano-Prof° Letícia.


(História escrita por Maria Hilda de J. Alão e publicada no seu livro de histórias infantis: Dona Baratinha não Casou à pag. 12)

A Fábrica de Ovos de Páscoa - Adaptação da história de Maria Hilda de Je...



(História escrita por Maria Hilda de J. Alão, publicada no livro de histórias infantis da autora: A Princesa Sofia à pag. 37.)

O Gato que Queria ser Tigre [Vovó Miloka]


(História escrita por Maria Hilda de Jesus Alão e publicada no livro da autora "Os Bichos Contando suas Histórias" pag. 76)

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A MISSÃO DO ANJO SERAFIM (história infantil)

 



                  Entre os anjos do céu havia um que se chamava Serafim e que era um anjo de primeira grandeza, mas, era meio da esquerda. Vivia fazendo brincadeiras com os amiguinhos. Puxava as trancinhas das anjinhas, prendia as asas dos outros anjos com pregadores transparentes, fazia “buuuuuuu” para assustar São Pedro, na portaria do céu, e colocava nuvens na Lua para apagar o brilho. Mas, mesmo sendo peralta, era muito querido do anjo Guardião, responsável pela ala em que viviam os anjos.

Um dia Deus chamou o Guardião à Sua sala. Os megafones do céu retumbaram:
- Atenção, senhor Guardião dos anjos, compareça à sala do Altíssimo!

Esse chamado foi repetido várias vezes. O Guardião tomou conhecimento. Arrumou a sua vestimenta, aprumou as asas, ajeitou a auréola de luz da sua cabeça, iluminou o rosto com um sorriso e lá se foi para a sala do Pai.

Chegou. A porta, entreaberta, mostrava o brilho da magnificência de Deus. Bateu timidamente. A voz grave veio lá de dentro:

- Entre, meu filho!

O Guardião entrou e viu na face do Pai toda a bondade, toda a placidez que existe no universo. Então ele disse:

- Pai, estou aguardando suas ordens!

O Pai o chamou para perto de si e, sorridente, cochichou algo ao seu ouvido. Depois disse enfático:

- Que se cumpra!

Enquanto isso, na ala dos anjos havia um forte burburinho. O que seria que Deus queria conversar com o anjo Guardião? Neste momento entra o Guardião, muito sério. - Crianças, o Senhor destinou uma tarefa para um de vocês. Não será fácil porque a tarefa não será no céu, será na Terra.

Ouviu-se, em uníssono, o “oh” dos anjos. Realmente será uma missão quase impossível. Humanos não são fáceis. E o anjo? Qual deles estava designado para essa tarefa? Mais uma vez, ouviu-se a voz do Guardião:

- O anjo escolhido por Deus é o anjo Serafim. – Nesse momento a falange fez: - “chiiiiiiiiiii!” - eles não botavam fé no pobre do Serafim. O Guardião continuou a falar:

- O anjo escolhido tem a missão de salvar as baleias dos mares da Terra e tem sete dias para fazer o trabalho.

Um anjo curioso perguntou:

- Por que Deus quer que sejam salvas as baleias?

- Porque elas fazem parte do equilíbrio do ecossistema do planeta. Cada animal, cada planta, cada macro e micro organismos são um elo da corrente. Rompido um elo, todo o sistema desaba. O ecossistema da Terra já está quase falido porque o homem não sabe cuidar da casa que Deus lhe deu.

E Serafim desceu para a Terra para cumprir sua missão. Assustou-se com o movimento de carros, tossiu com o ar poluído, viu a devastação das matas, a erosão do chão, tremeu diante da poluição das águas e até chorou quando viu a enormidade de lixo boiando em rios e mares. Já estava no terceiro dia. Partiu para o oceano para conhecer as baleias.
Ficou com o coração partido ao ver aqueles barcos com homens arpoando os enormes animais.

Ficou pairando no ar imaginado como ele, tão pequenino, poderia salvar aquele imenso animal, caçado por outro de menor porte. Já estava no sexto dia e ele ainda não sabia como fazer para salvar as baleias. Voltou para a terra. Ficou invisível no cais, vendo e ouvindo as pessoas. Foi neste momento que chegou um grupo indignado com aquela matança. - Veja, - dizia uma mulher – a baleia azul, a baleia orca e a cachalote, já tiveram diminuída a sua população nos oceanos. E ficaram contando as baleias mortas que eram descarregadas no cais.

Então Serafim teve uma ideia. Aproximou-se do grupo e soprou no ouvido de uma das pessoas, a ideia:

- Pessoal, já sei como vamos acabar com isso!

- Como? – perguntou um homem alto e forte.

- Vamos partir para o mar em barcos, botes, seja lá o que for, com megafones no último volume, ficaremos na frente do baleeiro e só sairemos quando eles desistirem. Se algum de nós morrer, será por uma causa justa. Vamos atrapalhar essa caçada.

E assim foi feito. Embora não tenham acabado, totalmente, com a mortandade de baleias, ela diminuiu um pouco. Foi muito trabalho. Muita luta com os países que defendem a pesca sem limites das baleias.

Isto aconteceu no sétimo dia da missão de Serafim. Feliz ele voltou para o céu. Toda a falange estava em festa. Tinha sido cumprida a ordem de Deus. O anjo Guardião entregou a medalha de “honra ao mérito” a Serafim, sob os aplausos de todos. Depois da recepção, o Guardião pegou Serafim pela mão e foi subindo com ele para a esfera mais alta do céu, onde habita o Pai, porque, a partir daquele instante, Serafim tornou-se um dos anjos que estão à direita de Deus.

(histórias que contava para o meu neto).
(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)