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quarta-feira, 27 de julho de 2022

MINHA BONECA DE PANO (poesia infantil)

 


Esta é minha boneca Dora
De pano e recheada de palha,
Aos meus olhos ela é tão linda,
Outra não há, não senhora!

Os olhos negros são dois botões,
A boca é de feltro vermelho
Recortado e preso com maestria.
O corpo, amarrado com cordões,

Veste um vestido cor-de-rosa.
As pernas são bem costuradas
E tem nos pés uns sapatinhos
Que a deixam muito vaidosa.

Tem o bracinho direito enfeitado
Com pulseiras feitas de arame,
E as mangas bufantes realçam
O vestido na cintura apertado.

Nos cabelos de lã amarela
Eu fiz duas tranças lindíssimas,
E prendi cada uma com uma fita
Que comprei no bazar para ela.

Sentada numa cadeira de balanço,
Na cômoda do meu quarto,
Dora conversa comigo
E ri de mim quando eu danço,

E faço um montão de perguntas.
Ela me diz: “- Não tenhas pressa,
Deixa-te ficar mais um pouco criança
Vamos viver esta aventura juntas

Porque misterioso é o amanhã.
Juntemos tudo que a infância nos dá
Guardemos na sacolinha da lembrança
Como um precioso talismã”.

Boneca querida e companheira
Tanto eu aprendo contigo,
Sei que de ti irei me lembrar
Pelos anos da minha vida.

06/04/07.

(Maria Hilda de J. Alão)

sábado, 23 de julho de 2022

DONA BARATINHA (poesia infantil)

 


Lá vem a dona baratinha
Vestindo a sua sainha
Enfeitada com sinhaninha,
Na cintura apertadinha.

Vem rebolando garbosa,
Na cabeça uma pétala de rosa
E chapéu que a faz glamorosa,
Ó dona baratinha vaidosa!

Pisa firme com seu sapatinho
De verniz com um saltinho,
De braço dado com o baratinho
Vai dançar um fandanguinho,

No baile do arrasta pé,
Na velha fazenda de café
Que fica lá no sopé
Da montanha em Guaxupé.

E chegou dona baratinha
Formosa e maquiadinha,
À festa animada e lotadinha
De baratões e baratinhas.

E ela se pôs a dançar,
E não queria mais parar,
Pois a intenção era mostrar
A sua técnica de bailar.

Depois de muita pirueta,
Ela já estava um tanto zureta
Apoiada foi por um maneta
Baratão de calça violeta

Que a queda não pôde evitar
E do sapato o salto quebrar,
Dona baratinha se desesperar
Sentar no chão e muito chorar.

22/07/22

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 22 de julho de 2022

MEMEIA, A CENTOPEIA (poesia)

 

Lá vem Memeia, a centopeia,
Na cabeça tem uma ideia
Deixando-a triste e nervosa:
Quem levou seus sapatos cor-de-rosa?

Todos têm um laço de fita
Feito pela minhoca Rita,
As solas são de ouro do sol
Feitas pelo senhor caracol.

Neles bordou o gafanhoto,
De mão esquerda porque é canhoto,
As verdes folhinhas de murta
Com linha de grama curta.

As fivelas, feitas com amor,
Todas de botão de flor,
Pela cigarra Azulina
Num cantinho da campina.

E foi colado cada sapato,
Isso é verdade, é um fato,
Com resina vinda da colmeia
Para enfeitar os pés de Memeia.

Sumiram, ninguém sabe nem viu,
Os sapatos no mês de abril
Deixando descalça Memeia
Procurando entre as azaleias.

- Sorri Memeia lindinha!
Sou eu, o grilo, nesta banquinha
Munido de viola e de pandeiro
Sendo o cantor o meu velho companheiro,

O canário-da-terra soltando a voz.
Tem tambor de casca de noz
Para o esquilo fazer batucada
Entrando pela madrugada,

Em frenético rebolado
Para não ficar bicho parado
E assim restaurar a tua alegria,
Memeia, tristeza só dá agonia!

(15/11/05)
(Maria Hilda de J. Alão)

quinta-feira, 21 de julho de 2022

CACÓFATOS (infantil)

 


Pensando como ensinar
Para uma criança evitar
A forma feia de grafar
Que provoca risos ao falar

O vício de linguagem
Cacófato que vem
Do grego cacofonia
Muito usado no dia-a-dia

De quem fala português
E que do cacófato é freguês.
Para isso escolhi umas frases
Dos alunos do Bloco H. (cagá)

Neste dia que o céu está cinza (celta cinza)
De matemática há maratona
Entre a equipe Nico (penico)
E a equipe Dreira (pedreira)

A notícia que a TV havia dado (aviadado)
Era a mesma dos jornais de hoje:
O governo confisca gado de fazenda (cagado)
No pantanal do Mato Grosso.

Só negam é cacófato
Pois gera sonegam
A quem impostos não paga
E não adianta: Desculpe então (pintão)

Porque o couro do devedor
O governo arranca.
Os meninos da rua de cima,
Como fizeram na vez passada (vespa assada)

Ganharam a corrida de obstáculo
Desde então sempre são convidados (dentão)
Para todos os eventos esportivos.
Sendo Anna a mascote do grupo

Maria passou batom na boca dela (cadela)
E a menina Anna tão linda ficou
Que o Otto exclamou:
Meu coração por ti gela (tigela)

Despertando o ciúme em Maria
Que colocou a culpa nela (panela)
E despedindo-se disse: vou-me já (mijá)
Porque o céu está preto. (celta preto)

21/07/22

(Maria Hilda de J. Alão)

 

 



CORDELZINHO DE CRIANÇA (cordel)

 


Sou menina sonhadora
Sou uma criança feliz
O meu nome é Beatriz
Sou filha de dona Dora
E aos sete anos eu fiz
Uns versos sobre perdiz:

Livra-se a perdiz por um triz
De ser caçada e assada
Depois de depenada
Pelo Sebastião aprendiz
Que de cozinha não entendia
Mas sonhava ser um dia
Um chefe de gastronomia.

21/07/22
(Maria Hilda de J. Alão)

 

terça-feira, 12 de julho de 2022

A ESTRELA-DO-MAR (história infantil)





- Vovó, como nasceu a estrela-do-mar? – perguntou a menina Lúcia, uma garotinha de grandes olhos verdes e uma fantasia maior do que ela, apontando para uma estrela que jazia ressecada na areia da praia.
- Ah, filhinha! É uma história muito bonita.
- Conte para mim, vovó. – pediu a menina.
E a vovó Mariana começou:
- Num tempo muito antigo, quando ainda não existia gente no mundo, os astros do céu eram deuses. O deus Sol, a deusa Lua e tantos outros. Eles ficavam vagando pelo espaço sem ter muito que fazer. A deusa Lua, moça formosa, acompanhada pelo seu séquito de estrelas brilhantes, estava entediada. Nada de novo acontecia. Era sempre a mesma coisa. Uma das estrelas, a mais brilhante, vendo a tristeza da deusa disse:
“Por que não olha ao seu redor? Veja aquele planeta. Reparou que você gira em torno dele? Que o acompanha para um destino desconhecido? Espere o despertar do deus Sol e verá como ele é majestoso, de um azul que não existe em nenhum lugar da galáxia.”
E o deus Sol acordou. Iluminou o espaço e a deusa Terra. Então a deusa Lua voltou seus olhos para admirar a beleza do planeta Terra. Que bola maravilhosa! Toda azul girando no espaço. Ela queria ver mais. Então foi se aproximando mais e mais até quase tocar o planeta. Viu o mar. O seu olhar de deusa ficou extasiado. Apaixonou-se pelo gigante azul com espuma branca que mais parecia renda de um véu de noiva. Como se unir a ele? - Impossível, - disse a estrelinha brilhante -, o lugar dele é na Terra e o seu é aqui.
A tristeza tomou conta da deusa Lua. Começou a ficar minguante, outras vezes crescente como o sonho de se unir ao mar. Só a realização do seu sonho de amor a faria se renovar e se tornar cheia de vida e de felicidade. E lhe veio a ideia. Cresceu, cresceu tanto que tocou o corpo do seu querido Mar. Foi um momento de magia pura.
Toda a natureza se aquietou e ela sentiu o perfume do amado, recebeu a carícia das ondas e brilhou como nunca enquanto durou o longo beijo. Realizado o sonho, a deusa Lua foi se afastando do Mar e voltou ao seu lugar no espaço. Foi então que a estrelinha brilhante perguntou: “Por que não ficou com o seu amor?” Ao que a Lua respondeu:
“Minha missão é a de iluminar a escuridão. Eu sou a lanterna do céu. Mas deixei com meu amado a prova da minha paixão. Uma sementinha que logo eclodirá como uma belíssima estrela-do-mar, filha do nosso amor impossível.
- E foi assim, minha querida neta, que nasceu esta estrela, filha da Lua e do Mar. 

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)

terça-feira, 5 de julho de 2022

A DESOBEDIÊNCIA DO CÃOZINHO(história infantil)

 

Chuchuquinho era o quarto de uma ninhada de cinco cães da raça Labrador. Era lindo, tão lindo que os donos da casa, onde vivia com seus pais, resolveram que ele seria o cãozinho da filhinha mais nova.

A mãe de Chuchuquinho cercava os filhotes de todos os cuidados. Não se descuidava da alimentação, da limpeza e da educação da sua prole. Assim eles iam crescendo fortes, saudáveis e muito inteligentes. A mãe de Chuchuquinho ensinava a todos como respeitar os humanos e a natureza. O cãozinho ouvia, atentamente, os conselhos que sua mãe dava:
- Meus filhos, obedeçam a sua mãe, sempre. Estudem para ter conhecimento das coisas. Leiam muito, porque os livros são a fonte do saber. Se quiserem ser verdadeiros cães, aprendam a lutar por tudo que querem, sem ferir a sensibilidade dos outros. Aprendam a não pegar o osso que não lhes pertence. Sejam amigos de todos, incluindo os humanos.
E assim os cãezinhos iam crescendo entre brincadeiras e aprendizado. Um dia, a mãe de Chuchuquinho encontrou, na calçada, um livro de Geografia. Pegou-o, com os dentes, e o levou para casa. Chamou os filhotes e começou a folhear o livro.
Chuchuquinho foi o que mais se encantou como livro. Passava horas e horas lendo sobre rios e riachos, montanhas, mares e florestas. Ficou encantado. Como era o mais curioso dos cinco, se pôs a pensar:
- E se eu fosse conhecer tudo isso?
Lembrou-se das lições de obediência que sua mãe sempre dava. Ainda não era um cão adulto para sair por aí sozinho. Continuou lendo o livro. A curiosidade aumentava.
Um belo dia ele se aventurou. Afastou-se um pouco da casa onde vivia, e viu um panorama diferente. Muitos carros, tanta gente correndo pra lá e pra cá. Alguém pisou na sua patinha. Ganiu de dor. Assustou-se. Voltou para casa. A mãe o repreendeu:
- Não quero que saia de casa sem o meu consentimento! Se isso acontecer novamente ficará de castigo.
Chuchuquinho ficou triste. Queria tanto saber como era o mundo sobre o qual ele lera naquele livro. Um dia ele ouviu uma conversa dos donos da casa. O homem dizia para a mulher:
- Amanhã eu vou pescar no rio com uns amigos. Por isso quero que prepare a minha sacola com as coisas que preciso. Levarei o cão comigo porque pretendemos caçar alguma coisa.
Chuchuquinho já havia visto seu pai sair com o dono da casa e voltavam sempre com muitos pássaros mortos. Foi aí que ele bolou o plano. Esconder-se-ia na carroceria da caminhonete e quando chegasse no lugar da pesca ele desceria para explorar o mundo. Assim fez. E lá se foram o homem e seus amigos para a caça e pesca com o Chuchuquinho escondido numa caixa.
Assim que chegaram, tiraram os apetrechos de caça e pesca da caminhonete.
Chuchuquinho tremia pensando na possibilidade de ser descoberto. Ouviu o latido de seu pai. Percebeu que tinham se afastado. Saiu do esconderijo. Olhou a sua volta. Era só mato. Mas ele gostou do que viu. Tanto pássaro cantando, coelhos correndo, veado saltando, ficou encantado. Era mesmo como o livro dizia. Agora queria ver o rio. Andou um pouco mais mato adentro. Lá estava ele. Imenso, barulhento, mas ao mesmo tempo tão doce. A água transparente deixava ver os peixes nadando. Chuchuquinho até viu a sua imagem no espelho da água. Pensou:
- Até que eu sou um cão bonitinho. Também sou muito valente. Eu vou conhecer a geografia.
E continuou a caminhar. Chegou até a montanha. Olhou para cima e exclamou:
- Caramba, como é grande! É maior do que no livro.
Andou mais um pouco. Foi para o lado direito da montanha. O que ele viu o deixou deslumbrado. Era uma cachoeira. Branca, tão comprida que mais parecia um longo véu de noiva.
Já estava cansado de andar. Resolveu voltar para a caminhonete. Agora ele não sabia se estava no caminho certo. Já havia andado bastante e ainda não avistara o veículo. De repente, pumba, ele caiu numa armadilha de caçador que fez um tremendo barulho. Sua patinha ficou presa numa coisa, que ele não sabia o que era. Doía muito. Começou a ganir.
Passou um tempo e ele ouviu vozes e um latido de cão. Eram os homens felizes pensando que haviam capturado uma lebre. Quando chegaram mais perto, Chuchuquinho reconheceu a voz do homem e do seu pai. Aproximaram-se da armadilha para retirarem a pretensa lebre, quando o homem exclamou:
- Chuchuquinho, é você!
- au, au, au. Fez o Chuchuquinho, morto de medo.
Tiraram o cãozinho da armadilha, enfaixaram a sua patinha, depois de medicada com os primeiros socorros. Partiram para casa.
Chuchuquinho, tremendo de medo, olhava para o pai que nervoso dizia:
- Pensou na sua mãe, seu cãozinho maluco? Quando chegarmos você vai saber o que é bom pra tosse. Podia ter morrido se aquela armadilha pegasse no seu pescoço. Como pôde arriscar a vida por causa da curiosidade, seu desobediente? Eu sabia, eu sabia que um dia você ia fazer uma besteira.
Chegaram em casa. A mãe de Chuchuquinho veio correndo para encontrar o pai e falar do desaparecimento do cãozinho. Não foi preciso. Quando ela avistou o filho, correu para ele ganindo de alegria. Então o pai contou a história. A mãe disse severamente:
- De hoje em diante, você está proibido de chegar até o portão da casa sem que eu saiba. Ficará, duas semanas sem comer ossinho, uma semana sem brincar com seus irmãos na beira da piscina da casa, até aprender a obedecer.
Chuchuquinho dizia, entre lágrimas:
- Está bem mamãe, está bem mamãe...

Maria Hilda de Jesus Alão
(Histórias que contava para o meu neto)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)