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sábado, 30 de abril de 2022

MEU TRENZINHO DE FERRO (poesia infantil)

 


Ah! Esse meu trenzinho de ferro
Correndo tão velozmente
No mundo da minha infância
Nos trilhos da minha imaginação.

Leva-me por várzeas e florestas,
Sobe e desce os morros do coração,
Invade vilas e cidades populosas,
Contando histórias glamorosas

De cavaleiros e grandes vilões,
De princesas lindas e bruxas malvadas,
Sobre faiscantes trilhos cantantes,
Ensinando sempre uma lição.

Corre meu imaginário trenzinho,
Corre porque tenho muita pressa
Vejo da janela o fim da infância,
E dessa fase nada quero perder.

Corre, corre meu trenzinho de ferro,
Corre que o implacável tempo urge,
Já vislumbro a Adolescência,
Nova estação desconhecida.

13/08/12
(Maria Hilda de J. Alão)

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O CASAMENTO DO PÃO QUENTINHO (infantil)



O senhor Pão Quentinho
Vivia tão sozinho
Ao sair do forninho.
Até que um dia

A senhora Sofia
Sentindo dó do Pão Quentinho,
Resolveu arranjar pra ele
Uma gostosa companhia.

E foi na cozinha,
Batendo a nata branquinha
Do leite da vaquinha,
Que ela criou uma mocinha
Pra namorar o Pão Quentinho.

E lhe apresentou numa manhã,
Ao lado da xícara de café,
A mocinha fresquinha e amarela
Chamada dona Manteiga.

O Pão Quentinho, apaixonado,
Pediu a dama em casamento,
E ela, toda derretida, aceitou logo o pedido
Formando o mais gostoso casal:
Pão Quentinho e dona Manteiga fresquinha.

22/07/08
(Maria Hilda de Jesus Alão) 
(Histórias que contava para o meu neto)

NO REINO DOS BRINQUEDOS (cordel infantil)

 



No imaginário reino dos brinquedos
Onde não se pode guardar segredos
Nasceu em uma manhã belíssima
Um boneco que deixou ocupadíssima

A equipe de bonecas enfermeiras.
Histórias que diziam ser verdadeiras
Afirmavam que era sem par a beleza
Ao boneco dada pela mãe natureza.

De perfeição física e magnifica beleza
Conquistava a todos com sua pureza.
Podendo ser encarada como uma ofensa,
Preocupada a mãe do lindo boneco pensa,

Ao deus maior do reino dos brinquedos.
Consultando o mágico ela expõe seus medos
Perguntou se seria longa a vida do belo filho
Sim. Será longa e com extraordinário brilho

Desde que sua imagem jamais visse refletida
Ou teria a sanidade comprometida.
O tempo passou. Narciso, esse era o nome dele,
Era desejado por todos do reino, mas ele

Frio e soberbo a todos com desdém ignorava.
Desprezando uma boneca que muito o amava
Narciso despertou a raiva de todos os brinquedos
Que reunidos no lago à sombra dos arvoredos

Decidiram o que o boneco viveria grandes dores
E de um amor impossível sentiria os horrores.
Levado a beber no lago de água claríssima
Ao se debruçar viu o rosto de beleza raríssima.

Apaixonando-se imediatamente e perdidamente
Sentiu que aquela imagem amaria eternamente.
Passou dias e noites admirando a rara beleza
Até que veio a morrer de amor e muita tristeza.

Uma das deusas do reino penalizada transformou
Em flor amarela o boneco que muito amou
Seu reflexo nas águas de um lago limpíssimo
E por esse amor viveu um tempo curtíssimo.

28/04/2022
(Maria Hilda de J. Alão)
(Falando de mitologia grega com o meu neto)

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

A CAIXA MÁGICA (cordel infantil)



Depois de muita patifaria
E de truques que fazia
Para pegar o rato Edvar
Pensou o gato Beraldo,
De porte avantajado,

Que só por meio de magia
De fato conseguiria
Abocanhar o pobre Edvar,
Que também vivia cansado
De fugir do terrível Beraldo.

Em busca de solução
Para resolver a situação,
Lá se foi o gato Beraldo,
Levando um pequeno fardo,
A procura de um mágico.

Depois de longa caminhada
Chegou Beraldo em Miau City,
Cansado e empoeirado,
E foi logo perguntando:
- Por acaso aqui existe

Um mágico sério e honesto
Que possa me ajudar
A dar um bom corretivo
Num rato sujo e funesto
De nome Edvar?

Então lhe foi indicado
Um mágico muito afamado,
O senhor gato Bertoldo
Que fazia qualquer acordo
Desde que lhe pagassem bem.

Chegando a casa do gato mágico
Beraldo contou o caso trágico
De como por várias vezes
Foi por Edvar humilhado.
- Só com a caixa mágica

Seu problema será resolvido.
Foi o que disse Bertoldo
Depois de receber o soldo.
Beraldo então recebeu
A tal caixa que lhe valeu

Trinta moedas de ouro.
Enquanto isso entre os ratos
Corria o que seria boato
Da tal de caixa mágica
Que traçaria a sorte trágica

Do pobre ratinho Edvar.
Dos ratos de Miau City
Ele recebeu mensagem secreta:
- Edvar fique alerta:
Segue o segredo da caixa do pateta.

E chegou Beraldo com sua caixa
Silenciosamente, na parte baixa
Do lugar onde vivia Edvar.
Ajudado pelo gato Elival
Pôs a caixa e retirou o manual

Que ensinava como fazer
A engenhoca funcionar
E dentro dela prender
Aquele que era sua dor de cabeça:
O rato Edvar.

Lendo o esquisito manual
Dizia em forma de ritual:
- Cheiro de queijo parmesão,
Traga para dentro da caixa
Edvar, o rato bobão.

O rato, fazendo teatro,
Andando em câmera lenta
Entrou na caixa mágica
Fechando a abertura da frente.
Pronto. Estava feito.

Beraldo miou de felicidade.
Era só abrir e tirar de dentro
Aquele que era o centro
Do desgosto de um gato:
O ratinho que vivia no mato.

E lá foi bem de mansinho
O gato para tirar o rato
Da caixa que lhe custara
A poupança que acumulara
Para a sua aposentadoria.

Ao abrir a caixa com afoiteza
E para sua grande surpresa
Dentro estava a Marquesa
Uma linda gambazinha
Que presenteou o gato Beraldo

Com seu asqueroso perfume.
Onde estava o rato Edvar?
Ele saiu pela abertura dos fundos
E ligeiro ganhou o mundo
Rindo do gato que além de tudo

Foi enganado por Bertoldo,
O mágico de meia tigela,
Que usava bota com fivela,
Casaco e chapéu de feltro
E de magia nada entendia.

Fazia tipo só para surrupiar
De tipos como Beraldo
Tudo que tinham economizado
E aumentar seu patrimônio
Sem precisar trabalhar.

10/10/11
(histórias que contava para o meu neto
(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 22 de abril de 2022

O SONHO DO BONECO (poesia)

 



Na estante de muitas bonecas
Entre raquetes, bolas e petecas
Estava num cantinho apertadinho
Um boneco com sardas no rostinho.

Era rosado e se parecia com bebê
Desses que encantam quando se vê
O corpo macio como seda chinesa
Olhos redondos de azul turquesa.

Pensando ele vivia ali tão tristonho,
Pois desejava realizar o seu sonho
De escapar de tão horrorosa prisão
Jogando-se no ar e caindo ao chão.

Lendo os pensamentos do boneco
O gênio dos brinquedos Maneco
Apareceu em uma nuvem rosada
E com espalhafatosa gargalhada

Disse: desejos podem se realizar
Basta com fé pedir e em mim confiar.
O boneco muitíssimo emocionado
Questionou: tem preço condicionado?

Para a liberdade não há preço a pagar
Ela é o tesouro que todos devem herdar
Seja um humano, um animal ou um boneco.
Explicou o gênio dos brinquedos Maneco.

Liberte-me, quero ser de uma criancinha
Quero ouvi-la dizer que sou uma gracinha
Cansei de viver nesta estante e neste aperto
É como se no meu peito houvesse um espeto.

Nesse exato momento entrou uma menina
Que olhando a estante de baixo para cima
Disse: moço, eu quero aquele lindo boneco
Pediu ela ao gênio dos brinquedos Maneco.

Foi assim que o boneco macio como seda
Conheceu da liberdade a longa alameda
Nos braços daquela bela criancinha
Que o embalava dizendo: é uma gracinha.

20/04/22
(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)

terça-feira, 19 de abril de 2022

A BORBOLETA MARIETA (história)


Um dia, em um belo jardim, a borboleta Marieta apaixonou-se pelo lindo cravo vermelho. 
O cravo ficou encantado com o amor da borboleta de asas com desenhos em ouro e prata. 
A borboleta voejava em torno do cravo com graça e alegria. Era um namoro de cores e perfumes que as outras flores jamais haviam visto outro igual.
Após um tempo, depois de juras de amor sincero, Marieta, a borboleta, partiu para outros jardins distantes deixando o cravo vermelho muito triste a sua espera.
Outras borboletas visitavam o cravo, mas ele só pensava na sua Marieta. À noite o sereno, com pena do cravo, descia suavemente e molhava suas pétalas dizendo:

- Amigo cravo, esqueça essa borboleta ingrata! Viva sua vida. Olhe ao seu redor e veja quantas outras borboletas querem beijá-lo. Não desperdice seu tempo.
Não adiantava falar. Ele não ouvia. Só Marieta estava no seu pensamento, nos seus sonhos.
O tempo passou e Marieta não voltava. Ela continuava a voar para jardins cada vez mais distantes até que um dia as abelhas resolveram expulsá-la.

- Não queremos mais essa borboleta enxerida disputando o pólen das flores conosco. – gritou a abelha rainha.
E todas as abelhas se juntaram e despacharam Marieta daquele jardim. Então ela resolveu voltar para o seu cravo vermelho. Voou de volta ao jardim onde fora muito feliz. Como tempo passou rápido, o belo cravo vermelho estava ressecado em sua haste que pendia para o chão. Marieta chorou. Ficou ali, pousada em uma margarida, olhando para o seu amado cravo vermelho.
Foi nesse momento que uma rosa amarela disse:

- Marieta, você é como os homens que têm uma fortuna nas mãos e a esbanja com frivolidades. Só depois de perder tudo é que se lembrou de alguém que a amava com sinceridade? Aqui você tinha pólen e amor, mas não bastava. Jogou tudo fora, arriscou e perdeu.
Marieta, envergonhada, voou para bem longe e nunca mais se ouviu falar dela.

05/09/10
(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 15 de abril de 2022

PACO PESCA PACU (parlenda)

 

Paco pesca pescada e pacu
Com um anzol de bambu.
De tanto pescar Paco pacu,
Partiu-se o seu anzol de bambu.

Bino bate na bigorna,
Galo cisca na rinha,
Galinha botou ovo de codorna
No galinheiro da rainha.

Sete patinhos atrás da pata,
Sete pacas saem da mata.
Quantas patas tem a pata
Atrás de si sem as das pacas?

Não sei se asso ou se frito
O peito gordo do pato,
Só sei que assado ou frito
Gostoso é o peito do pato.

Tira a bota, bota a bota,
Abre a porta, fecha a porta,
E lá ficou a velha bota
Escondida atrás da porta.

Tire da porta a trava,
Pra ela não travar.
Depois de a porta travar
Ninguém a pode destravar.

O gato mirrado
Do Pedro pirado,
Pediu um pirão
De peixe salmão.

26/02/08.
(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)