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terça-feira, 5 de abril de 2022

BRINCANDO COM RIMAS

 


Quebra pedra Pedro Pedra
Se pedra Pedro não quebrar
Quem pedra quebrará?

Pintinho amarelinho
Saiu do ovo molhadinho
Sua mãe o agasalhou
E logo o pintinho secou.

Disse a menina Zuleima:
Fico triste se alguém teima
Que a letra H é um fonema.

Maçaneta, saleta
Sacristão toca sineta
Areia na ampulheta
Menino sem camiseta.

Roupa pouca, pouca roupa
Quem dinheiro poupa
Não terá roupa pouca.

Para paralelepipedar
Tenha paralelepípedos.

Tigre tigrado
Cabelo trançado
Vidro trincado.

Trocadilho trocado
Fez trocador trocafiar.

Trilha a trilha trilhador
Deixada pela trilhadeira
Para não errar a trilha
Trilha a trilha trilhador.

Rico e rica
O fósforo risca
O olho pisca
A rica arrisca
No olho a faísca
Que faz pisca-pisca.

Fia o fio a fiadeira
Tem carne na frigideira
Menino desce a ladeira
Em desabalada carreira
Enquanto o fio fia a fiadeira.

É hora da retreta
Soldado de boina preta
Toca o boi da cara preta
Menino faz careta
Ouvindo o som da clarineta.

Prego pregado
Menino afobado
Tirou o prego pregado
Pelo seu empregado.

Uma tranca tranca
Uma tranca destranca
O portão que tranca tem.

Tem um lá
Tem um cá
Se cá há um
Lá também há um.

Pinga pingo
Pingo pinga
No copo de pinga
Ginga a gringa
E pinga o pingo.

Tem caqui
Ou caca aqui?

Hera, era.
Se verde é uma hera
Passado é uma era
Se não sabe diz a Vera
Seu estudo já era.

05/04/22

(Maria Hilda de J. Alão)

 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

PARLENDAS – (Rimas Infantis)

 



Era uma vez
Um, dois, três
Um calabrês
Irmão da Inês
Que jogava xadrez.

Se mente cai o dente,
Corre, corre seu Prudente
A procura do dente
Perdido entre as sementes.

Patos a nadar,
Pássaros a voar,
Subiu o balão
Perdeu-se no ar.

Mexe, mexe seu Tião,
O doce de mamão
Com o rabo do cão.

Cabeça de cão,
Tim, tim, balalão,
Gato ladrão
Não tem coração
Tim, tim, balalão.

Chora a menina bonita,
Por ser tão infeliz,
Com um lencinho de chita
Limpa os olhos e o nariz.

Tenente Prudente
Perdeu o dente
Quem o achou
Dê um passo à frente.

Cara de rato,
No pelo do gato
Tem carrapato.

Eu ladrilharia,
Tu ladrilharias
Só com vidraria
A Rua Alquimia.

06/12/11

(Maria Hilda de J. Alão)

 

sábado, 2 de abril de 2022

O MENINO E A FLOR


O menino viu no mato
Uma flor carmesim
Se fechando no momento
Do espetáculo do arrebol.

Tinha tanto mistério e por isso
Pensou o menino ter visto
A face de Jesus Cristo,
Terminando um largo sorriso,

Naquela rubra florzinha
Nascida no meio do mato.
Curioso, à flor ele perguntou:
- Quero saber de ti ó bela flor

Se estou certo ou errado:
Tu és, de Jesus, o santo rosto
Deixado neste verde mato
Para sorrir e muitas vezes chorar

Conforme as muitas ações
Dos ingratos filhos de Deus?
A brisa balançou a flor,
E rubra pétala se elevou.

Era a resposta esperada
Vinda da boca do Cristo
Confirmando a sábia leitura
Feita pela alma pura

Do menino que observava
O abrir e fechar das flores
Nascidas no meio do mato.
E seus ouvidos ouviram

Todas as harpas do mundo
Sinfonizando todos os cantos
Dos alegres pássaros do mato,
Enquanto subiam as pétalas

Da misteriosa flor carmesim,
Em hipnotizante balé
Que só a natureza compõe
Para encher os olhos de beleza,

E ligar a alma ao divino,
Pululando todos os dias
Diante dos olhos de quem
Ainda não aprendeu

A observar como o menino
Aquelas pequeninas flores
Vestidas de muitas cores
Nascidas no meio do mato.

01/01/06.

(historiazinha para criança)
Maria Hilda de J. Alão.

 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

O BALÉ DAS JOANINHAS (poesia infantil)


 

Era dia de quarta-feira
De joaninhas uma fileira
Marchava de forma garbosa
Nas pétalas de branca rosa.

Fizeram da flor a sua praça,
Batiam as asinhas com graça
Como se quisessem ser admiradas.
As borboletas, nos galhos pousadas,

Comentavam sobre a beleza da rosa
E de como ela era generosa
Cedendo suas pétalas às joaninhas
Vermelhas com bolas pretinhas.

Mais pétalas na rosa se abriram,
E mais joaninhas rubras surgiram
Pousando na flor escolhida
Para o balé de beleza e de vida.

Outras rosas da mesma roseira
Sentindo inveja da companheira
Diziam: ela não é melhor do que nós
Por que estamos sempre sós?

Ouvindo tudo a roseira frondosa
Sacudiu-se muito raivosa
Fazendo voar sem destino,
Levadas pelo vento matutino,

Borboletas e todas as Joaninhas
Batendo rapidamente as asinhas
Deixando a rosa tão linda
Desolada por ver finda

A festa das alegres joaninhas
Por inveja das outras rosinhas.
Neste ponto o livro a menina fechou,
E uma lágrima pela sua face rolou.

(Maria Hilda de J. Alão)

segunda-feira, 28 de março de 2022

OS PINGOS DE CHUVA (história)




Bem além da estratosfera, onde Deus guarda o relâmpago, o trovão, o vento e a água que evapora com o calor do sol, um santo estava concentrado fabricando chuva, porque recebeu pedidos das crianças da Terra, preocupadas com a seca destruindo tudo. Ele fazia pingo por pingo para formar a chuva e ia armazenando todos numa imensa caixa d’água. Depois de tudo pronto é só abrir as torneiras para cair a água abençoada.
O santo terminou o trabalho e, muito feliz, disse:
 
- Meus pinguinhos, está na hora de atender a todos os pedidos recebidos. Quero que cada um de vocês faça o seu trabalho corretamente. Não quero enchente, tudo deve ser calmo para não prejudicar as pessoas. Entenderam?
- Sim, meu santo. – responderam todos juntos.
O santo caminhou em torno da caixa d’água olhando atentamente para ver se não faltava nada, se todos os pingos de chuva estavam organizados para caírem um após o outro, quando ouviu um psiu. Virou-se e viu que quem chamava era um dos pingos do lado esquerdo da caixa d’água. Muito atencioso, o santo perguntou:
- Deseja alguma coisa?
- Sim, meu santo! Eu não quero ir. – disse o pingo timidamente.
- Por quê? – perguntou o santo.
- Veja a altura. Quando eu cair daqui, vou me esborrachar na terra. Eu gostaria de ser vapor, virar nuvem e ficar vagando pela atmosfera.
- Mas para que a chuva seja completa não pode faltar um pingo, compreende?
Pacientemente, o santo falou da importância da chuva, mas o pingo de chuva continuava irredutível. O santo, para não atrasar mais a entrega da chuva, pediu permissão ao Pai para mostrar ao pingo a situação da Terra. Dada a permissão, o santo abriu o portal do céu deixando ver todo o universo. Com um poderoso telescópio focalizou a Terra. Chamou o pingo de chuva e ordenou:
- Olhe para o planeta e veja como tudo está seco.
- É mesmo, meu santo. Veja aquele enorme país do continente americano. As regiões norte e nordeste tão ressequidas, o chão todo rachado, rios e lagos secos, os bichos com tanta sede e fome. Ah, meu santo, eu não aguento.
- Então, meu querido pingo de chuva, vai se unir aos seus companheiros?
- Sim, meu santo, mesmo que eu me caia dessa altura, eu me uno aos meus amigos. Pode dar a ordem.
E o santo ordenou:
- Ventos, avancem!
E começou a ventania na Terra. Vieram os raios e os trovões abrindo o caminho para a entrada triunfante da chuva. Ela caiu forte no chão seco. Era como se cada pingo dissesse um ao outro:
- Sai da frente que eu quero chegar primeiro.
 
As plantas pareciam bocas sedentas do precioso líquido. Os lagos eram como taças se enchendo de vinho puro até a borda. Os rios pareciam veias recebendo injeção de sangue novo. O chão se vestiu de verde. A atmosfera ficou transparente, limpa da poluição. E a terra exalou seu perfume para agradecer ao céu o milagre do renascimento que vem junto com os pingos de chuva.

(Maria Hilda de J. Alão.)

(histórias que contava para o meu neto)



MAMÃE (poesia)

 


Mamãe eu estou aqui
Com a cara suja de bolo
Para te dar um beijo e um abraço
Neste dia de muita alegria.

Não tenho presente de loja
Porque ainda sou pequenina,
Mas o meu coração é tão grande
Que cabe mamãe inteirinha.

Se eu fosse grande
Pegaria mamãe pela mão
E a levaria ao parque de diversão
Para brincar na roda gigante.

Depois iríamos até praça,
Comemorar esse dia de graça
Com pipoca, algodão doce
E um belo cachorro-quente.

Pular corda, brincar de roda,
Correr atrás do cachorro,
Subir correndo o morro
Para pegar a pipa que cai.

Depois uma brincadeira legal
Pentear os cabelos da boneca,
Fazer comidinha na caneca
Inventando um grande almoço

Para nós duas em alvoroço
E não te deixar lavar a louça.
Depois de tanta brincadeira
Alegres voltaríamos para casa

Eu te poria para dormir cantando:
- Dorme mãezinha do meu coração,
Que os anjos estão rezando
Pedindo a Jesus com devoção

Que te faça muito feliz.
Este seria o meu presente
Que daria a minha adorada mãezinha
Neste sagrado DIA DAS MÃES.

(Maria Hilda de J. Alão)

sexta-feira, 25 de março de 2022

O CÃOZINHO FELPUDO



No meu peito o coração batia,
De alegria as mãos eu contorcia
Em saber que a caixa continha
O presente da minha vida.

Era branco, macio e tão peludo,
Olhos vivos muito inquietos.
Farejava tudo, lambia tudo,
Era o meu cãozinho Felpudo

Cuidava dele com carinho.
Meu pai até fez um carrinho
Para eu levar ao parque
Aquela bolinha de pelos

Que atendia aos meus chorosos apelos
Quando no quarto de castigo eu estava,
Por traquinagem ou desobediência.
Ele vinha dócil e com sua paciência

Ouvia, silencioso, as minhas queixas,
Lambia as lágrimas do meu rosto
Como a dizer: pra quê desgosto?
O tempo leva tudo, nada deixa.

Quando do castigo mamãe me tirava
A alegria na casa reinava.
Eu corria, cantava e pulava corda
Acompanhando Felpudo pela borda

Da velha piscina de forma ovalada.
Depois mergulhávamos na água tratada,
E nadando de uma extremidade a outra
Apostávamos quem era o mais rápido.

Com uma toalha branca eu secava Felpudo
Penteava seu pelo com pente de tartaruga
Depois, com o espelho da vovó na mão,
Mostrava a sua carinha perguntando: Gostou?

De cinco hoje eu tenho dez anos,
E na alma uma esperança grande
De encontrar o meu cãozinho Felpudo
Levado por um velho barbudo.

19/01/07

(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

AS DUAS CARTAS

  Faltavam duas semanas para o encerramento das aulas e as crianças do Grupo Escolar Cristo Rei tinham aulas de recreação. Todos estava...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)