O GATO QUE QUERIA SER TIGRE
Esta história está no livro escrito por Maria Hilda de J. Alão OS BICHOS CONTANDO SUAS HISTÓRIAS à pagina 76.
publicado em 2018 pela Editora Clube de Autores.
Parlendas, Provérbios, Histórias Infantis, Trava-língua, Poesia Infantil, Contos de Fadas, Cordel Infantil, Cantigas de Roda, Catacrese, Acalanto, Folclore, Lendas e Mitos, Fábulas, Ciranda, Acalanto.
Bifi di boi é tão bão
Principarmenti si for nu pão.
Diga lá cumpadi João:
Tem coisa mió de bão?
Tem não cumpadi Zé,
I si ocê cumê cum café
Passadu na meia du pé,
Nem vai sinti u chulé
Di tão bão qui é cumê,
Um pedaçu di bifi rolê,
Cum tar di môio rosê,
Qui faiz a dona Vevê.
(Maria Hilda de J. Alão)
Era dia de
quarta-feira
De joaninhas uma fileira
Marchava de forma garbosa
Nas pétalas de branca rosa.
Fizeram da flor a sua praça,
Batiam as asinhas com graça
Como se quisessem ser admiradas.
As borboletas, nos galhos pousadas,
Comentavam sobre a beleza da rosa
E de como ela era generosa
Cedendo suas pétalas às joaninhas
Vermelhas com bolas pretinhas.
Mais pétalas na rosa se abriram,
E mais joaninhas rubras surgiram
Pousando na flor escolhida
Para o balé de beleza e de vida.
Outras rosas da mesma roseira
Sentindo inveja da companheira
Diziam: ela não é melhor do que nós
Por que estamos sempre sós?
Ouvindo tudo a roseira frondosa
Sacudiu-se muito raivosa
Fazendo voar sem destino,
Levadas pelo vento matutino,
Borboletas e todas as Joaninhas
Batendo rapidamente as asinhas
Deixando a rosa tão linda
Desolada por ver finda
A festa das alegres joaninhas
Por inveja das outras rosinhas.
Neste ponto o livro a menina fechou,
E uma lágrima pela sua face rolou.
Maria
Hilda de J. Alão
No tempo antigo, quando os bichos falavam, existiu uma águia que passava o tempo todo brigando com uma coruja. A briga acontecia porque uma comia os filhotes da outra. E quando brigavam a floresta toda ficava sabendo. Só se ouvia o crocitar da águia e o pio da coruja desafiando uma a outra e, ao se enfrentarem, era só pena voando para todos os lados. E assim passaram boa parte de suas vidas. Um dia, já cansada, a águia foi até o ninho da coruja e fez a seguinte proposta:
-
D. Coruja, eu estou cansada dessa vida de brigas entre nós. Que tal fazermos as
pazes?
-
Ora, acha que eu vou cair nessa? Eu digo sim e você comerá meus filhotes. –
respondeu a coruja desconfiada.
Um
corvo que estava pousado num galho ao lado do ninho da coruja, querendo dar uma
de juiz de paz, disse para a coruja.
-
Ora, vamos lá D. Coruja, tente ouvir mais atentamente a D. Águia. Talvez seja
um acordo bom para as duas. Já pensou em acabar com essas brigas? Viver
sossegada criando seus filhotes sem se preocupar com D. Águia, e D. Águia
criando os filhotes dela sem se preocupar com a senhora?
As
outras aves apoiaram o discurso do corvo e pediram que D. Coruja escutasse a
proposta de D. Águia.
-
Bem, D. Coruja, a minha proposta de paz é a seguinte: eu não como os seus filhotes
e você não come os meus. E como prova da minha boa intenção, me diga como são
seus filhos para que eu os possa identificar e assim evitar comê-los.
-
Ah, D. Águia, meus filhotes são a coisa mais linda do mundo. Você os
reconhecerá com certeza. – finalizou a coruja muito orgulhosa.
Depois
dessa conversa a águia partiu para outras terras para caçar. Passou um bom
tempo e ela voltou para aquele recanto da floresta que era seu verdadeiro lar
para criar seus filhotes. Cansada de cuidar da prole, a águia resolveu
descansar por algumas horas e, ao acordar o seu estômago e os dos seus filhos
estavam roncando de fome. Saiu para caçar. Lembrou-se do acordo feito com a
coruja.
-
Preciso ficar muito atenta para não comer os filhotes de D. Coruja, caso
contrário o acordo estará desfeito. Isso não será difícil porque sei que são os
filhotes mais lindos do mundo.
E
a águia continuou voando em busca de comida até que viu um ninho com meia dúzia
de filhotes recém-nascidos horríveis.
-
Esses aí não são filhos da coruja com certeza. São feios demais.
Antes
do escurecer, chegou a coruja trazendo o esperado alimento. Ao ver o ninho
vazio, piou de tristeza. Piou tão alto que atraiu a atenção do corvo, seu
vizinho, que estava a quilômetros de distância:
-
Meus filhos, meus filhos sumiram. – dizia pesarosa.
-
Foi D. Águia... – disse o corvo reticente,
-
A águia? – disse ela aos gritos, - Nós temos um acordo e ela foi capaz de
quebrar. Como eu pude confiar numa águia? Ah, meu Deus!
E
partiu decidida para o ninho da águia. Ao chegar foi logo gritando:
-
Mentirosa, como pôde fingir que queria a paz e pelas minhas costas comeu os
meus filhotes!
-
Seus filhos, aquelas coisas horrorosas? Você disse que eram os mais lindos do
mundo!
O
corvo entendeu a história. Toda mãe vê seus filhos como os bebês mais lindos do
mundo e dona coruja não é diferente. Certo, crianças?
Um dia um cão saiu para caçar porque tinha quatro filhotinhos para alimentar. Depois de muito tempo procurando pegou um gordo coelho. Vinha todo feliz com o bichinho na boca quando saiu do mato um enorme lobo. O lobo rosnou, pôs os dentes de fora e disse com sua voz cavernosa:
- Vovó, como nasceu a estrela-do-mar? – perguntou a menina Lúcia, uma garotinha de grandes olhos verdes e uma fantasia maior do que ela, apontando para uma estrela que jazia ressecada na areia da praia.
Boa tarde meninos e meninas,
Sejam bem-vindos a esta escola.
Sentem-se em ordem e silêncio,
Pois contarei em forma de verso
Uma história acontecida
Com uma raposa muito esperta.
Cansada de só caçar coelhos
Dona Raposina vivia vigiando
Um galinheiro de um fazendeiro
Zeloso de sua propriedade.
Raposina arquitetava planos
Mas das galinhas, só o cheiro.
Um dia a natureza resolveu
Colaborar com dona Raposina
E fez desabar um forte temporal
Que arruinou o sólido galinheiro
Da fazenda do senhor Agostinho.
Derrubada a casa, as galinhas
Espalharam-se pelo denso matagal.
Sabedora do fato, Raposina resolveu
Que era hora de tirar de sua boca
Aquele gosto ruim de carne de coelho.
E foi para o mato em busca das galinhas
Já planejando o farto jantar que faria.
Caminhou, farejou e nada das penosas.
Cansada voltou para sua toca dizendo:
- Vamos aos coelhos porque ninguém
Neste mundo merece dormir com fome.
Amanheceu o dia e a procura continuou
A noite chegou e nada de galinhas.
Ouvindo a conversa dos outros animais
Raposina soube que as galinhas estavam
À procura do caminho para voltarem
À fazenda Três X de onde elas saíram
Na noite escura do grande temporal.
A raposa, agitada, bolava mais um plano.
Pensou muito e olhando em volta da toca
Viu uma tábua quadrada e teve a ideia:
- Já sei! Farei uma placa com os dizeres:
“Perdeu seu caminho? Raposina, a vidente
O encontra para você. Consulta grátis.”
E colocou a enorme tábua ao lado da toca.
Cansadas de caminhar sem rumo, as aves
Resolveram consultar dona Raposina.
E fizeram uma fila. Na frente ia Teodoro
O galo chefe cantando um, dois, três, quatro
Motivando pintinhos e galinhas mais velhas
A caminharem rápido. Era preciso chegar
Antes de a noite estender seu negro véu
E como sabem galinhas dormem cedo.
Enquanto isso na fazenda, Agostinho
Preparava seu mais forte e esperto cão
Para sair em busca de suas belas galinhas.
Subiram e desceram morros e nada viram
Até que o cão começou a farejar inquieto.
O fazendeiro soltou o animal com a ordem:
- Não me volte sem as minhas galinhas.
O cão Spartacus, em desabalada carreira,
Foi cumprir a ordem dada pelo patrão,
Mas no caminho encontrou a dona Paca:
- O amigo canino está neste mato perdido?
Não se preocupe Raposina, a vidente,
Achará seu caminho de volta. É só consultá-la.
Spartacus ficou intrigado com aquela história
E foi até a toca da raposa para averiguar.
- Ah, malandra! Então é assim que quer pegar
As galinhas do meu patrão, pois receberás
Tudo que mereces pelo engodo bolado.
Encontrando-se com as galinhas bem perto
Do consultório da raposa vidente
O cão expôs ao galo o seu plano.
E chegaram finalmente à toca de Raposina.
De lá de dentro vinha a voz fina e rouquenha:
- Entrem minhas belezas, minhas lindinhas.
Raposina, a vidente, sentada em uma pedra,
Tendo na cabeça um véu azul com estrelas,
Só via diante de seus olhos frangos e galinhas
Todos assados sobre a pedra em que sentava.
A saliva escorria pelo canto de sua bocarra
Quando o primeiro cliente entrou dizendo:
- Quero achar o caminho da fazenda.
Acordada do seu sonho de comer galinha
Ela deu de cara com o cão Spartacus.
Sabendo que na luta ela levaria a pior,
Raposina saiu em desabalada carreira
Deixando o véu e a placa de vidente.
Dizem os bichos que quando perguntam
Se ela ainda gosta de galinha assada
A resposta é que galinha não tem carne nobre
Como a dos coelhos que ela come todo dia.
(Maria Hilda de J. Alão)
Em um trigal estavam três tigres
BRINCANDO COM AS LETRINHAS F e P
Eles são dois bons amigos
E moram no país da gramática
Na cidade dos advérbios
São eles o AQUI e o ACOLÁ
Quando AQUI está acolá
ACOLÁ está aqui
E se AQUI não estiver acolá
ACOLÁ não estará aqui.
04/03/23
(Maria Hilda de J. Alão)
Um, dois, três
Tamanco holandês.
Quatro, cinco, seis
Pãozinho francês
Sete, oito, nove
Morto não se move
Dez, onze, doze
Anita faz pose
Treze, catorze, quinze
Peça ao papai que autorize
Dezesseis, dezessete, dezoito
Que você compre biscoito.
04/03/23
(Maria Hilda de J. Alão)
Pepito, o gato malhado,
Gosta de uma boa salsicha
E de um bom salpicão
Da loja do salsicheiro
André Salgado Espinheiro.
E vai Pepito toda manhã,
Miar à porta da salsicharia
Para ganhar a sua iguaria.
Um dia Pepito passou mal
Depois de dar uma abocanhada
Numa salsicha bem apanhada
Que lhe deu o salsicheiro.
Doeu a sua barriguinha
E ele procurou a sua vizinha
Para um chá ela fazer.
Prontamente a bela gatinha
Pegou algumas folhas que tinha,
E para o fogão se dirigiu
Quando o gato lhe perguntou
Que tipo de chá era aquele.
Vou lhe fazer um chá de boldo,
Amargo como ele só,
Para acabar com a sua gula.
Onde já se viu comer tanto
Seu gato destemperado!
Comida em demasia faz mal,
Não há gato que aguente,
Por isso tão mal você se sente.
E com grande destemor
Curou a gatinha a dor
Do seu amigo Pepito
Que quer esquecer o agito
Do dia em que ele, guloso,
Comeu a salsicha, ligeiro,
Que tinha um cheiro rançoso,
Da loja do salsicheiro.
(Maria Hilda de J. Alão)
Faltavam duas semanas para o encerramento das aulas e as crianças do Grupo Escolar Cristo Rei tinham aulas de recreação. Todos estava...