Powered By Blogger

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

JULIETE E SEU PATINETE (poesia infantil)

 


Com a mão, a menina Juliete
Levantou, do cabelo, o topete,
Vai andar de patinete
Com sua irmã Odete.

Corre maravilhosa
Com a saia cor-de-rosa
Perseguindo a amiga Lili,
Coisa mais linda eu não vi.

No mundo da fantasia
Juliete vive cada dia
Cantando uma canção de rei
Onde aprendeu não sei:

“O sapato do rei é de couro,
Tirado da pele do touro,
Pisa, pisa ó menina,
Nesta calçada de ouro.”

Para ela a vida é algodão doce,
Um caramelo, tal qual,
E se crescer não fosse
Não conheceria o mundo real.

Cansou das brincadeiras.
O sono veio buscar Juliete.
E lá ficou triste sobre cadeiras
O seu encantado patinete.

Papai e mamãe velam enternecidos
O sono tranquilo de Juliete,
Cercada pelos brinquedos queridos
Viaja no sonho com seu patinete.

(Maria Hilda de J. Alão)

sábado, 28 de outubro de 2023

A CIGARRA II (Cordelzinho)

 




A Formiga

Disse a formiga à cigarra:
Tanto canto, tanta farra
Sei que muito irás tiritar
Quando o inverno chegar.

A Cigarra

Não sei se entendi tua fala
Mas tenho aqui nesta mala
Instrumentos que alegria dão
Nestes dias quentes de verão.

A Formiga

É a mais pura verdade
No inverno sinto saudade
Do teu canto maravilhoso
E penso no tempo precioso
Perdido somente a cantar
E sem um minuto trabalhar

Para prover a tua casinha
De comida e uma roupinha
Que alimente e aqueça,
Teu o corpo frágil, não esqueça.
Cantar é muito bom, é lindo,
Com fome é a vida escapulindo.

A Cigarra

Será que perdestes o juízo?
Ou seria um enorme prejuízo
Se das tuas folhas um maço,
Tu jogasses em meu regaço?

A Formiga

Não me venhas com essa falação
Tens boa voz e um corpo são.
Podes cantar durante o dia
A noite terás trabalho de vigia
Da minha rica despensa de folhas,
Todas fruto de minha escolha.
Teu pagamento será um décimo
Com direito a um acréscimo
Se o trabalho for bem feito.

A Cigarra

A proposta é sem fundamento
Não dormir é um argumento
Para tal trabalho eu rejeitar
E de tal pessoa me afastar.
Como posso o mundo alegrar
Com minha voz, o meu cantar
Se preciso a noite trabalhar.

A Formiga

Então minha nobre e bela cigarra
Vá cantar e fazer sua algazarra
Bem longe, no fim do mundo
Pois eu considero um absurdo
Querer comer sem se esforçar.
Das minhas folhas nada terás
E quando o inverno chegar
E sentires a fome te apertar
Canta muito até ela passar.

27/10/2023

(Maria Hilda de J. Alão)

terça-feira, 17 de outubro de 2023

A CORUJA E A ÁGUIA (infantil)

 



No tempo antigo, quando os bichos falavam, existiu uma águia que passava o tempo todo brigando com uma coruja. A briga acontecia porque uma comia os filhotes da outra. E quando brigavam a floresta toda ficava sabendo. Só se ouvia o crocitar da águia e o pio da coruja desafiando uma a outra e, ao se enfrentarem, era só pena voando para todos os lados. E assim passaram boa parte de suas vidas. Um dia, já cansada, a águia foi até o ninho da coruja e fez a seguinte proposta:

- D. Coruja, eu estou cansada dessa vida de brigas entre nós. Que tal fazermos as pazes?

- Ora, acha que eu vou cair nessa? Eu digo sim e você comerá meus filhotes. – respondeu a coruja desconfiada.

Um corvo que estava pousado num galho ao lado do ninho da coruja, querendo dar uma de juiz de paz, disse para a coruja.

- Ora, vamos lá D. Coruja, tente ouvir mais atentamente a D. Águia. Talvez seja um acordo bom para as duas. Já pensou em acabar com essas brigas? Viver sossegada criando seus filhotes sem se preocupar com D. Águia, e D. Águia criando os filhotes dela sem se preocupar com a senhora?

As outras aves apoiaram o discurso do corvo e pediram que D. Coruja escutasse a proposta de D. Águia.

- Bem, D. Coruja, a minha proposta de paz é a seguinte: eu não como os seus filhotes e você não come os meus. E como prova da minha boa intenção, me diga como são seus filhos para que eu os possa identificar e assim evitar comê-los.

- Ah, D. Águia, meus filhotes são a coisa mais linda do mundo. Você os reconhecerá com certeza. – finalizou a coruja muito orgulhosa.

Depois dessa conversa a águia partiu para outras terras para caçar. Passou um bom tempo e ela voltou para aquele recanto da floresta que era seu verdadeiro lar para criar seus filhotes. Cansada de cuidar da prole, a águia resolveu descansar por algumas horas e, ao acordar o seu estômago e os dos seus filhos estavam roncando de fome. Saiu para caçar. Lembrou-se do acordo feito com a coruja.

- Preciso ficar muito atenta para não comer os filhotes de D. Coruja, caso contrário o acordo estará desfeito. Isso não será difícil porque sei que são os filhotes mais lindos do mundo.

E a águia continuou voando em busca de comida até que viu um ninho com meia dúzia de filhotes recém-nascidos horríveis.

- Esses aí não são filhos da coruja com certeza. São feios demais.

E num voo certeiro ela pegou os seis filhotes e os levou para o seu ninho oferecendo-os aos filhinhos famintos. Ela mesma comeu dois.

Antes do escurecer, chegou a coruja trazendo o esperado alimento. Ao ver o ninho vazio, piou de tristeza. Piou tão alto que atraiu a atenção do corvo, seu vizinho, que estava a quilômetros de distância:

- Meus filhos, meus filhos sumiram. – dizia pesarosa.

- Foi D. Águia... – disse o corvo reticente,

- A águia? – disse ela aos gritos, - Nós temos um acordo e ela foi capaz de quebrar. Como eu pude confiar numa águia? Ah, meu Deus!

E partiu decidida para o ninho da águia. Ao chegar foi logo gritando:

- Mentirosa, como pôde fingir que queria a paz e pelas minhas costas comeu os meus filhotes!

- Seus filhos, aquelas coisas horrorosas? Você disse que eram os mais lindos do mundo!

O corvo entendeu a história. Toda mãe vê seus filhos como os bebês mais lindos do mundo e dona coruja não é diferente. Certo, crianças?

MORAL: Quem ama o feio, bonito lhe parece.

(Histórias que contava para o meu neto)


 

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

EMPINANDO PAPAGAIO (poesia infantil)

 



Nicola tem sonhos, desejos
E não se importa com gracejos
Dos garotos do seu vilarejo
Dizendo: É o que almejo

Fazer e empinar um papagaio,
Para isso faço muito ensaio,
Que pelas nuvens penetre
Pois de empinar quero ser mestre.

Quero chegar perto do rei Sol
Da Terra o grande farol,
Quero ver o azul sem fim
E se possível a Lua de marfim.

E construiu o garoto Nicola
Com linha, papel e muita cola
O imaginário papagaio
E depois de muito ensaio

Estava ele no alto de um muro
Sonhando que no futuro
A cadeira de rodas deixaria
E que, lépido, o muro escalaria

De onde seu papagaio empinaria
E que para ele o rei Sol sorriria
Depois de guardar na sacola
O papel, a linha e o pote de cola.
Sonha Nicola!

07/09/23

(Maria Hilda de J. Alão)

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O CÃO, O LOBO E O MESTRE MACACO (história infantil)

 


Um dia um cão saiu para caçar porque tinha quatro filhotinhos para alimentar. Depois de muito tempo procurando pegou um gordo coelho. Vinha todo feliz com o bichinho na boca quando saiu do mato um enorme lobo. O lobo rosnou, pôs os dentes de fora e disse com sua voz cavernosa:

- Está muito apressado, primo?
- Bem – gaguejou o cão -, é que meus filhotes estão com fome e eu estou levando o almoço pra eles.
O lobo, rosnando, disse:

- Quem autorizou você a caçar no meu território? Como eu não autorizei esse coelho me pertence. Pode largar aí mesmo e sair correndo porque, do contrário, você vira comida agora mesmo. O cão ponderou, mas não teve acordo. O jeito foi deixar o coelho e sair com o rabo entre as pernas.
Enquanto tudo isso acontecia, um macaco esperto estava no alto da árvore, coçando a barriga e de olho no cão e no lobo. O pobre cão já estava se afastando, triste por ter perdido o almoço, quando o macaco, com uma voz estridente, disse:
- Se eu fosse você não iria embora de boca vazia. Esconda-se entre a folhagem e espere um pouco.
- Você não entende macaco, se eu ficar serei morto por esse lobo enorme e os meus filhotes ficarão sem pai.
- Você, cão, nem sabe onde está caçando, não é verdade?
- Bem, o lobo disse que é no território dele.
- E você acreditou. Ora! Você não conhece as histórias desse espertalhão? Veja que a alcateia não está com ele, ele está só, portanto é um lobo mentiroso e oportunista. Cá pra nós, amigo cão, esse seu primo quer mesmo é comer sem trabalhar.
Enquanto conversavam, macaco e cão, o lobo, que já havia pegado o coelho, foi se afastando com aquele ar de vencedor. Foi neste momento que saiu do mato um leão. O macaco disse ao cão:

- Agora você vai entender o que eu disse. Veja: aquele coelho foi morto no território do leão, e quem é que está com ele na boca? Quem? Quem? Você sabe que um animal não pode invadir o território do outro. O lobo será castigado por sua arrogância e covardia e você, embora culpado de invasão, irá recuperar a sua caça.

- Como, mestre macaco? Agora é que não tem jeito. Se eu não posso enfrentar o lobo que é meu primo, imagine um leão.

- Observe, observe...

Foi só o tempo de o cão virar a cabeça e ver o leão saltar sobre o lobo e o belo coelho voar pelos ares. Neste momento o cão aproveitou para pegar o coelho e partir para alimentar seus filhotes. Não sem antes agradecer ao macaco pelo conselho que lhe valeu a recuperação do almoço.

- Aprenda a esperar, meu amigo cão! A situação, às vezes, se reverte em favor do perdedor, principalmente se uma das partes é desonesta. Disse o macaco rindo.

01/09/23

(Maria Hilda de J. Alão)

 

A ESTRELA-DO-MAR (história infantil)

 


- Vovó, como nasceu a estrela-do-mar? – perguntou a menina Lúcia, uma garotinha de grandes olhos verdes e uma fantasia maior do que ela, apontando para uma estrela que jazia ressecada na areia da praia.

- Ah, filhinha! É uma história muito bonita.
- Conte para mim, vovó. – pediu a menina.
E a vovó Mariana começou:
- Num tempo muito antigo, quando ainda não existia gente no mundo, os astros do céu eram deuses. O deus Sol, a deusa Lua e tantos outros. Eles ficavam vagando pelo espaço sem ter muito que fazer. A deusa Lua, moça formosa, acompanhada pelo seu séquito de estrelas brilhantes, estava entediada. Nada de novo acontecia. Era sempre a mesma coisa. Uma das estrelas, a mais brilhante, vendo a tristeza da deusa disse:
“Por que não olha ao seu redor? Veja aquele planeta. Reparou que você gira em torno dele? Que o acompanha para um destino desconhecido? “Espere o despertar do deus Sol e verá como ele é majestoso, de um azul que não existe em nenhum lugar da galáxia.”

E o deus Sol acordou. Iluminou o espaço e a deusa Terra. Então a deusa Lua voltou seus olhos para admirar a beleza do planeta Terra. Que bola maravilhosa! Toda azul girando no espaço. Ela queria ver mais. Então foi se aproximando mais e mais até quase tocar o planeta. Viu o mar. O seu olhar de deusa ficou extasiado. Apaixonou-se pelo gigante azul com espuma branca que mais parecia renda de um véu de noiva. Como se unir a ele? Impossível, - disse a estrelinha brilhante -, o lugar dele é na Terra e o seu é aqui.
A tristeza tomou conta da deusa Lua. Começou a ficar minguante, outras vezes crescente como o sonho de se unir ao mar. Só a realização do seu sonho de amor a faria se renovar e se tornar cheia de vida e de felicidade. E lhe veio a ideia. Cresceu, cresceu tanto que tocou o corpo do seu querido Mar. Foi um momento de magia pura.

Toda a natureza se aquietou e ela sentiu o perfume do amado, recebeu a carícia das ondas e brilhou como nunca enquanto durou o longo beijo. Realizado o sonho, a deusa Lua foi se afastando do Mar e voltou ao seu lugar no espaço. Foi então que a estrelinha brilhante perguntou: “Por que não ficou com o seu amor?” “Minha missão é a de iluminar a escuridão. Eu sou a lanterna do céu. Mas deixei com meu amado a prova da minha paixão. Uma sementinha que logo eclodirá como uma belíssima estrela-do-mar, filha do nosso amor impossível.
- E foi assim, minha querida neta, que nasceu esta estrela, filha da Lua e do Mar.

(histórias que contava para o meu neto)

01/09/23
(Maria Hilda de J. Alão)

A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)