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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

VERBOS QUE SÃO TRAVA-LÍNGUAS

 


Os trava-línguas fazem parte das manifestações orais da cultura popular, são elementos do nosso folclore, como as lendas, os acalantos, as parlendas, as adivinhas e os contos. O que faz as crianças repeti-los é o desafio de reproduzi-los sem errar. Entra aqui também a questão do ritmo, pois elas começam a perceber que, quanto mais rápido tentam dizer, maior é a chance de não concluir o trava-línguas. Esse tipo de poema pode ser um bom recurso para trabalhar a leitura oral, com o cuidado de não expor alunos com mais dificuldades. É nessa leitura que melhor se observa o efeito do trava-línguas e, dependendo da atividade, passa a ser uma brincadeira que agrada sempre. Há verbos da LP que são verdadeiros trava-línguas. Tentem conjugar os verbos, relacionados abaixo, falando rapidamente:


Verbo Cantarolar

Eu cantarolarei,
Tu cantarolarás,
Ele cantarolará,
Nós cantarolaremos
Vós cantarolareis
Eles cantarolarão.

Eu cantarolaria
Tu cantarolarias
Ele cantarolaria
Nós cantarolaríamos
Vós cantarolaríeis
Eles cantarolariam

Verbo Tagarelar

Eu tagarelaria
Tu tagarelarias
Ele tagarelaria
Nós tagarelaríamos
Vós tagarelaríeis
Eles tagarelariam.

Verbo Desatarraxar

Eu desatarraxaria
Tu desatarraxarias
Ele desatarraxaria
Nós desatarraxaríamos
Vós desatarraxaríeis
Eles desatarraxariam

Verbo tiquetaquear

Eu tiquetaquearia
Tu tiquetaquearias
Ele tiquetaquearia
Nós tiquetaquearíamos
Vós tiquetaquearíeis
Eles tiquetaqueariam

Verbo pintalgar (pintar-se de cores variadas)

Eu pintalgarei
Tu pintalgarás
Ele pintalgará
Nós pintalgaremos
Vós pintalgareis
Eles pintalgarão

Verbo triplicar

Eu triplicarei
Tu triplicarás
Ele triplicará
Nós triplicaremos
Vós triplicareis
Eles triplicarão

Eu triplicaria
Tu triplicarias
Ele triplicaria
Nós triplicaríamos
Vós triplicaríeis
Eles triplicariam

Verbo vascularizar (relativo a vasos sanguíneos)

Eu vascularizaria
Tu vascularizarias
Ele vascularizaria
Nós vascularizaríamos
Vós vascularizaríeis
Eles vascularizariam

Verbo descaracterizar (perder a característica)

Eu descaracterizaria
Tu descaracterizarias
Ele descaracterizaria
Nós descaracterizaríamos
Vós descaracterizaríeis
Eles descaracterizariam

14/12/2011

(Maria Hilda de J. Alão)

VAGALUME (cordel infantil)



Vagalume acende a luz 
Parece estrela a voar 
Criança corre atrás dela 
Com vontade de pegar. 

Voa, voa vagalume
Com a luzinha a brilhar 
Ilumina essa menina 
Que não cansa de sonhar.
 
 Se eu pudesse mudar 
Queria ser vagalume 
Para o mundo iluminar 
Com o clarão do meu lume, 

Voa, voa vagalume!

 25/07/11

 (Maria Hilda de J. Alão)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

O CORDEL DO DENTE DE LEITE

 

Pedrinho era um menino
Filho de Maria e Firmino,
Tinha maravilhosa saúde
Ser obediente era sua virtude.

Jogava bola, corria muito,
E era o seu grande intuito
Vencer seu belo cão pastor
Por quem tinha muito amor.

Sentado no chão de terra batida
Ele pensava que numa subida
Venceria o esperto Adamastor
Aquele esbelto cão pastor.

Outras vezes sentado no balanço
Se via gritando: corre que eu lanço!
A bola nova do irmão mais velho
Pedindo aos santos do evangelho

Proteção para que a bola linda
Não virasse, no meio da berlinda,
Uma carcaça de couro triturado
Pelos dentes do cão habituado

A ganhar sempre do pequeno.
Um dia, brincando ao sereno,
Sentiu balançar um dentinho.
Gritou desesperado Pedrinho:

Corre mamãe vou perder um dente!
Disse a mãe, criatura tão paciente:
Perder dente nessa idade é natural
Com um puxão eu resolvo esse mal.

Pedrinho esperneou, chorou de medo:
No meu dente ninguém põe um dedo.
O pai disse com calma e diplomacia:
Filho, eu quero ver no seu rosto alegria,

Vou levá-lo ao senhor dentista
Em resolver problema um especialista.
Chegando os dois à grande sala de espera,
Foram recebidos pela assistente Vera.

Choramingando Pedrinho dizia:
Essa dor será a grande agonia,
Não quero tirar meu dentinho,
Pois ficará na boca um buraquinho.

Foi aí que aquele esperto dentista
Dando uma de grande artista
Mostrou ao menino a figura de um bicho.
Tentando vencer aquele capricho.

Sabes que bicho é este aqui na figura?
Pedrinho respondeu com toda candura:
Sim. É um grande elefante dentuço.
Sei, pois a revista do meu irmão eu fuço.

Sorrindo o dentista na parede afixou
A figura do elefante e perguntou:
Sabes por que ele tem dentes grandes?
Não. Pergunte ao meu irmão Alexandre.

O elefante não quis tirar o dente que balançava
Como você ele gritava e aos santos clamava:
Não posso perder meu dentinho
Pois na boca não quero um buraquinho.

Contando a história o boticão preparava
E ao menino interessado ele perguntava:
Queres ter dentes iguais aos do elefante?
Não. Respondeu Pedrinho balbuciante.

Então abra essa bela boquinha
Que eu quero dar uma espiadinha.
Boca aberta e o boticão na mão
Lá se foi o dentinho num safanão.

E foi assim que história terminou
Do menino que um dia acreditou
Que o elefante tem dente comprido
Por não ter tirado o dente amolecido.

(Maria Hilda de J. Alão)

27/12/17

(Histórias que contava para o meu neto)

 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

A MENINA E A BONECA

 


Olhos grudados na vitrine da loja, uma pequena menina olhava uma boneca luxuosa, vestida de cetim, cabelos louros e grandes olhos azuis. Dedinho na boca, a pequena remoía o desejo de pegar aquele lindo brinquedo e sair mostrando para suas amiguinhas. Elas morreriam de inveja. - Que boneca rica...! - diria uma. Outra, despeitada, repetiria: - Vou ganhar uma igualzinha... Estava tão embevecida que tomou um susto quando o homem da loja disse: - Cai fora malandrinha!

Só então voltou à realidade de sua vida. Olhou suas roupas rasgadas, pés descalços e sujos, sentiu o estômago gritar de fome, lembrou-se das noites de frio, da solidão, dos abusos. Sua pequena cabeça não entendia porque ela não era como aquelas meninas que via passeando pelas ruas, acompanhadas dos pais, sorvete na mão e recebendo cuidados da mãe.

Afastou-se da vitrine com lágrimas nos olhos, mas ainda lançou um olhar na direção do rico brinquedo que ficou lá, olhando para ela como a desafiá-la. Foi juntar-se as outras crianças, como ela, sem esperanças. Chorou muito, lembrando do brinquedo e de como o homem a expulsara de lá. Ela não fizera nada, só estava olhando, pensava a coitadinha. Na sua inocência pediu a Deus que lhe desse uma boneca como aquela, no Natal, e uma mãe.

Dormiu na sarjeta. No dia seguinte, ela não lembrava como acontecera, acordou num lugar que sua cabecinha identificou como um hospital. Uma mulher bonita e sorridente cuidava dela. Olhou em volta procurando as amiguinhas de infortúnio. Não viu nenhuma. Queria perguntar, saber como fora parar ali e onde estava a Neguinha que ela considerava uma irmã mais velha. Sua voz não saía. Olhou para si admirada. Estava limpa, roupa nova, cama quente. - Cama! - pensou. Desde que se conhecera como gente dormia pelas calçadas. Não conhecia pai nem mãe, não tinha uma casa. Agora estava ali, cuidada e sem sentir fome.

Neste momento entra uma moça radiante, parecia estar envolta em uma luz branca, trazendo nas mãos um pacote. Aproximou-se dela e, sorrindo, disse:

- É seu. Vamos, abra!

Quando abriu o embrulho, os olhinhos arregalaram-se.

- Meu Deus, que coisa maravilhosa! Exclamou. - É pra mim...?

- Sim! - respondeu a moça. – Seu pedido foi atendido. É a sua boneca... Gostou?

- É linda - disse a menina com os olhinhos marejados - é a mais bonita que já vi...

A felicidade envolveu a pequenina que sorrindo abraçou a mulher em sinal de gratidão e, finalmente, perguntou - Onde estou? Como vim parar neste hospital?

Sorrindo, a moça lhe respondeu:

- Aqui não é um hospital, é o Céu! Esta - apontou para a mulher sorridente - é sua mãe.

 



(Maria Hilda de J. Alão)

 (Histórias que contava para o meu neto)

 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

A FORMIGA E O COELHO

 


Uma formiga estava com muita sede e, como não havia água por ali, ela resolveu ir a uma fonte que ficava um tanto distante. Caminhou muito e, cansada, chegou à beira da fonte. Meio tonta de sede, a formiga caiu na água. Estava quase se afogando quando um coelho, que também bebia na fonte, empurrou uma folha para dentro da água. A formiga subiu na folha e, agradecida, disse:

- Amigo coelho, hoje você salvou a minha vida. Um dia eu retribuirei.

- Ora, amiga formiga, sua amizade será uma retribuição. Não custa nada ajudar nas horas de dificuldade. – respondeu o coelho indo para sua toca aos saltos.

Tempos depois, andando pelo mato, a formiguinha avistou um caçador preparando uma armadilha para pegar o coelho. Na armadilha tinha o que o coelho mais gostava: cenoura. Uma cenoura grande, amarelinha e fresquinha. Que tentação! O coelho só aguardava a saída do homem para avançar e devorar aquela apetitosa cenoura. 
A formiga, prevendo o triste fim do coelhinho, não teve dúvida. Subiu no sapato do homem e entrando pela perna da calça deu-lhe uma tremenda ferroada na perna, fazendo-o gritar de dor. Com o susto ele deixou a armadilha cair fazendo um tremendo barulho e espantando o coelhinho que fugiu para bem longe.
Dias depois, lá na fonte, a formiga e o coelho encontraram-se e, felizes, comemoraram a vitória do fraco sobre o forte.

01/05/09

(Maria Hilda de J. Alão)

(Histórias que contava para o meu neto)

CONCERTO PARA UMA FORMIGA

  

Uma formiga tinha como vizinha uma cigarra cantadeira. Ela passava o tempo todo viajando com sua violinha presa nas costas por um cipó fino. À noite voltava para casa cansada e ia logo dormir. 

A formiga trabalhava o dia inteiro suprindo sua casa de comida para se alimentar durante o inverno. Um dia a cigarra chegou mais cedo em casa e viu a formiga carregando uma folha, bem maior do que ela, para dentro da casa.

- Olá vizinha! – exclamou a cigarra. – Ainda trabalhando?

- Sim. Preciso me preparar para o inverno que vem aí. Haverá muita neve e eu não poderei sair para procurar alimento.

- Bem, como eu cheguei mais cedo gostaria de cantar para a vizinha. Pode ser?

- Pode sim. – respondeu a formiga sem parar o seu trabalho.

E a cigarra cantou e tocou sua violinha lindamente. Terminado o trabalho de guardar as folhas na sua casinha, e como a cigarra continuasse a cantar, a formiga se pôs a ouvir atentamente o canto. Era um verdadeiro concerto.

- É lindo demais. – disse a formiga – Eu nunca parei para ouvir música. Não sabia que era tão maravilhosa. Agora eu pergunto a você, amiga cigarra: já se preparou para o inverno quando não puder voar por aí por causa do vento, da chuva e da neve? O que comerá? Como se esquentará quando estiver tiritando de frio nas noites geladas?

- Sabe que eu nunca pensei nisso, amiga.

- Pois devia. Cantoria é coisa boa, mas não enche barriga nem aquece o frio.  Quem não pensa no amanhã chora.

- Mas a amiga pode me socorrer num momento de aflição, não pode?

- Posso, sim, a começar de agora. Como ainda há luz do sol, vou ensiná-la a trabalhar para suprir a sua casa e ficar prevenida. Todo o dia, pela manhã, sairemos juntas para labutar e, à tardinha, você cantará para mim. Certo?

E assim fizeram. O inverno chegou. A formiga não tinha com que se preocupar. A fartura reinava em sua casa. A cigarra, como seguiu o conselho da amiga, também não tinha preocupações com a fome e o frio. Quando a noite caía e a neve forrava o chão de branco, a cigarra, na sua casinha confortável, cantava e tocava a sua violinha alegrando a vizinha formiga que aprendeu a dosar trabalho com um pouco de diversão.


07/01/22

(Maria Hilda de J. Alão)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O REI MANDOU DIZER (parlenda)

 



Queria ter a baratinha
Uma saia franzidinha
Para parecer uma fadinha
Dos contos da carochinha.

Parlenda, parlendinha
Vamos todos parlendar
O seu Rei mandou dizer
Que a Princesa vai cantar.

Roda, roda Isadora
Que é chegada a hora
O rei já foi embora
O que será de nós agora?

Passa dois, passa três
Cavalo francês
Alcança com altivez
A torre do xadrez.

O Marquês calabrês
E o Conde irlandês
Cantam em polonês
Pois não sabem português.

Sapato, sapatinho
Sapatinho carmesim
Os cabelos da Yasmin
Tem perfume de jasmim.               
                                                                                                                          
06/01/22

(Maria Hilda de J. Alão)


A Caixa Mágica (cordel)

CONTANDO CARNEIRINHOS (infantil)

  Eu acho tão engraçado A vovó contar carneirinhos Na hora de dormir. Na minha cabeça de criança Brotou a grande pergunta: E os ca...

Sorvete, Sorvetão (parlendas)